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BTG troca Rumo por Ambev e acredita em bom momento para ações brasileiras

Relatório do BTG Pactual destaca cenário positivo com flexibilização monetária nos EUA e estímulos chineses

Ambev: Ambev está sendo negociada com múltiplos perto das mínimas de todos os tempos, diz BTG Pactual (Ambev/Divulgação)

Ambev: Ambev está sendo negociada com múltiplos perto das mínimas de todos os tempos, diz BTG Pactual (Ambev/Divulgação)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 11h56.

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O cenário global atual parece favorável para as ações brasileiras. É o que afirma o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) em seu relatório de recomendações para outubro.

O cenário mais otimista se deve ao início do ciclo de flexibilização monetária iniciado pelo Federal Reserve, banco central americano, e aos estímulos anunciados pela China. Isso porque o país é o parceiro comercial mais importante do Brasil, e uma recuperação da economia chinesa certamente terá um impacto positivo sobre o Brasil.

Entretanto, os analistas lembram que os investidores brasileiros estão cada vez mais preocupados com as contas fiscais do país. O receio sobre o cumprimento das metas fiscais para 2025 e 2026 aumentou e as estimativas de expansão da dívida/PIB subiram.

“Supondo que a situação fiscal não saia do controle no Brasil, esperamos que as taxas de juros mais baixas nos EUA e as melhores perspectivas para a economia chinesa acabem por impulsionar as ações brasileiras.”

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Mudança na carteira

Diante disso, a equipe de analistas fez algumas mudanças na carteira recomendada para outubro. Uma delas é a redução da alocação na China e em materiais básicos, acrescentando a gigante produtora de minério de ferro Vale, com 10%.

No lado micro, as negociações da Samarco estão em andamento e parecem estar progredindo bem. Embora o desempenho operacional continue sendo uma preocupação importante para os investidores, a empresa melhorou seu guidance de produção de minério de ferro para o ano, a primeira vez em anos.

“Os múltiplos são razoáveis, o Dividend yield é bom (variando de 7% a 9%, dependendo dos preços do minério de ferro) e a alocação dos investidores é leve.” Para incluir a Vale na carteira, o BTG Pactual retirou a Prio.

Troca de Rumo por Ambev

Outra mudança foi a inclusão da Ambev na carteira para o mês de outubro, substituindo a operadora ferroviária Rumo. Para os analistas, a Ambev está sendo negociada com múltiplos perto das mínimas de todos os tempos, de 13x Preço/Lucro para 2025, um desconto de 25% para a ABI e um yield de 8% de geração de caixa.

Os recentes e fortes volumes de cerveja registrados no Brasil indicam que a Ambev está no caminho certo para apresentar resultados sólidos. O principal risco, como tem sido o caso há algum tempo, é a pressão sobre os preços decorrente de um ambiente excessivamente competitivo.

As mudanças na carteira refletem a confiança do BTG Pactual no potencial de recuperação da economia brasileira e o impacto dos estímulos globais.
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