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Vivara: BTG mantém recomendação de compra após troca de CEO

Analistas consideram rotatividade na gestão como 'risco a ser monitorado', mas enxergam maior alinhamento entre diretoria, conselho e operação

Vivara: ex-CFO da Smart Fit será novo CEO (Shopping Mueller/Divulgação)

Vivara: ex-CFO da Smart Fit será novo CEO (Shopping Mueller/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 08h39.

Após pouco mais de um ano à frente da Vivara (VIVA3), Ícaro Borrello foi destituído do cargo de diretor-presidente. No lugar, entrou Thiago Lima Borges, sendo a quinta troca de comando na companhia em menos de dois anos. Em relatório divulgado na quinta-feira, 11, o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) considera que a companhia apresenta sinais de governança construtivos, apesar de ressaltar que a rotatividade da gestão segue sendo um risco a ser monitorado a longo prazo.

Mesmo assim, a equipe do banco recomenda a compra da ação, definindo um preço-alvo de R$ 38,00, com base em uma avaliação atrativa e sólido momento operacional após a nomeação de novos executivos. Além da substituição do CEO, o conselho de administração da Vivara também trocou o COO Bruno Kruel Denardin por Cassiano Lemos da Cunha.

Borges é um nome conhecido no varejo brasileiro. Tem mais de 20 anos de experiência em cargos de liderança e já atuou como CFO e diretor de RI da SmartFit — onde permanece como conselheiro — e como vice-presidente corporativo e membro do conselho da Arezzo&Co. Lemos, por sua vez, também acumula mais de duas décadas no setor. Foi diretor comercial da Richards e COO da Arezzo&Co, onde liderou ações que melhoraram margens e gestão de estoques.

Analistas do BTG veem a Vivara como uma das compras mais promissoras do varejo brasileiro nos próximos trimestres, negociando a um múltiplo de 11 vezes o lucro projetado para 2026. O argumento se apoia em três fatores: governança mais clara, desempenho operacional consistente e crescimento com foco em rentabilidade.

A valorização da ação, no entanto, dependerá da expansão contínua da margem bruta — especialmente nas linhas Life e nas coleções de maior valor agregado —, e da recuperação mais rápida do capital de giro nos próximos trimestres.

No longo prazo, pontos de atenção incluem a produtividade por loja, o risco de canibalização entre os formatos Vivara e Life e a capacidade de retenção e engajamento dos principais executivos.

Apesar de riscos relacionados à rotatividade da gestão e continuidade da governança, analistas avaliam que a companhia vem executando sua estratégia com disciplina e maior alinhamento entre diretoria, conselho e operação.

Com portfólio robusto de lançamentos, reforço na capacitação da força de vendas e iniciativas de eficiência em maturação, a Vivara tem espaço para crescer em lucro e buscar uma reprecificação de mercado puxada por governança, dizem os analistas.

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