Tesla (TSLA34) (Jeremy Moeller / Colaborador/Getty Images)
A Tesla (TSLA34) divulgou nesta quarta-feira, 19, os resultados do terceiro trimestre de 2022.
A receita total da Tesla foi de US$ 21,45 bilhões, alta de 56% em relação aos US$ 13,57 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. A receita foi a maior de todos os tempos, mas inferior às expectativas do mercado, que aguardava US$ 21,96 bilhões.
O lucro líquido da Tesla foi de US$ 3,29, bilhões, alta de 103% em relação ao mesmo período do ano passado, quando tinha sido de US$ 1,61 bilhão.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de US$ 4,96 bilhões, alta de 55% em relação aos US$ 3,20 bilhões registrados no mesmo período de 2021.
A produção total de carros aumentou 54%, passando de 237.823 veículos fabricados no terceiro trimestre do ano passado para 365.923 veículos no terceiro trimestre deste ano. No caso das entregas, a alta foi de 42%, passando de 241.391 carros entregues no terceiro trimestre de 2021 para 343.830 carros entregues no terceiro trimestre de 2022.
A empresa salientou que seus resultados foram afetados pelo dólar forte, custos mais altos de matérias-primas e de logística, além de ineficiências associadas à aceleração das fábricas de automóveis no Texas e na Alemanha.
Todavia, mesmo com esses resultados positivos, Wall Street não gostou, e as ações estão caindo mais de 4% no pós mercado.
Isso porque, diante do aumento das taxas de juro e dos temores de recessão, o mercado ficou mais pessimista sobre a capacidade da Tesla de entregar os mais de 1,4 milhão de veículos necessários para atingir sua meta de 2022 de aumentar a produção em 50%.
Para atingir esse objetivo, a montadora teria de entregar quase meio milhão de veículos elétricos aos clientes nos últimos três meses do ano. Isso significaria um aumento de 42% em relação ao terceiro trimestre, quando a Tesla colocou 343.830 veículos nas mãos dos clientes, marcando um recorde da empresa.
Em sua divulgação de resultados do terceiro trimestre, a empresa alertou sobre um gargalo na capacidade de transporte para entregar carros novos nas últimas semanas do trimestre e disse que estava “em transição para um ritmo de entrega mais suave”.
A Tesla sinalizou que não está pisando no freio e “continua focada em aumentar a produção de veículos o mais rápido possível" e salientou que "ao longo de um horizonte de vários anos, esperamos alcançar um crescimento anual de 50% nas entregas de veículos”.
A empresa reiterou que as entregas de seu caminhão pesado semielétrico começarão em dezembro. O produto chega com três anos de atraso ao mercado, após ser anunciado pela primeira vez em dezembro de 2017.
Desde o começo do ano o preço das ações da Tesla caiu cerca de 37%, superando a queda de cerca de 32% no Nasdaq.
A empresa enfrentou problemas de produção e desafios contínuos da cadeia de suprimentos. Mas o que também penalizou as ações foi a disputa do CEO, Elon Musk contra o Twitter (TWTR34) para o controle da empresa.
Musk, maior acionista da Tesla, já vendeu mais de US$ 15 bilhões em ações da Tesla neste ano, indicando que pelo menos parte do valor obtido seria usada para financiar seu acordo de US$ 44 bilhões com o Twitter.
Alguns investidores temem que ele precise vender mais ações para fechar a transação, contribuindo para a piora do preço dos papéis da Tesla.