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Revisão de gastos públicos, Vale e temor sobre demanda de chips: o que move o mercado

Com agenda esvaziada, o Ibovespa deve refletir a atenção dos investidores para novidades no ambiente fiscal do país; lá fora, o balanço da ASML assustou ao sugerir demanda menor de IA

 (DragonImages/Thinkstock)

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Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 08h36.

Sem divulgação de indicadores de maior impacto e agenda esvaziada, os investidores devem concentrar atenção no ambiente fiscal, em meio às falas de integrantes do governo sobre a revisão de gastos públicos.

Na agenda do governo, o compromisso principal desta quarta-feira é a coletiva, à tarde, do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acerca da decisão da adoação ou não do horário de verão. Nesta manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deve se reunir com representantes da Febraban e grandes bancos.

No exterior, a expectativa por um ataque de Israel ao Irã ronda os mercados. Nos Estados Unidos, as bolsas devem reagir à divulgação dos balanços de mais bancos, como o Goldman Sachs, que divulgou seus dados na noite de ontem, e o Morgan Stanley, que publica seus números hoje.  Os futuros de Nova York se estabilizaram, com a Dow em 0,01%, a S&P avançando 0,08% e  a Nasdaq, 0,15%, após perdas na véspera.

Os mercados asiáticos fecharam, majoritariamente, no campo negativo, com temores sobre a demanda de chips. Na Europa, as bolsas operam mistas e com investidores de olho na quinta-feira, 17, quando haverá a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE). Na tarde desta quarta-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, fala em evento.

Por aqui, os números de produção da Vale também devem ser digeridos pelo mercado. Foi a maior produção de minério de ferro desde o fim de 2018, com números "fortes", na avaliação do time do Citi, que destacaram a produção acima do esperado para cobre e níquel.

Mercados no exterior

Na Ásia, apenas a Bolsa de Xangai fechou no campo positivo. A divulgação de dados da empresa de semicondutores ASML acendeu sinal amarelo na sessão de hoje por causa da menor previsão para o setor de inteligência artificial, o que pode afetar os fabricantes de chips.

Além disso, os mercados fecharam com a expectativa de uma nova coletiva na China, desta vez sobre o mercado imobiliário.

  • Tóquio — Nikkei: -1,83%
  • Hong Kong — Hang Seng: -0,16%
  • Coreia — Kospi: -0,88%
  • Taiwan — Taiex: -1,21%
  • China — Xangai: +0,05
  • China — Shenzhen: -0,45%

Na Europa, as bolsas operam mistas. O destaque positivo está para a Bolsa de Londres, que reage a dados benéficos da inflação no Reino Unido. Os preços ao consumidor do país caíram abaixo da meta de 2% do Bank of England em setembro pela primeira vez desde abril de 2021, a 1,7%. Somados aos dados de salários, os números podem abrir espaço para corte de juros.

  • Londres — FTSE100: +0,57%
  • Frankfurt — DAX: -0,49%
  • Paris — CAC 40: -0,53%
  • Madrid — Ibex 35: -0,02%
  • Europa — Stoxx 600: -0,31%

Revisão de gastos públicos

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou com jornalistas após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As duas pastas, segunda ela, autorizaram as equipes a colocarem propostas no papel para a revisão de gastos públicos que devem ser apresentadas posteriormente ao presidente Lula.

"Chegou a hora para levar a sério a revisão de gastos. Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração", afirmou a ministra.

Também nesta quarta-feira, o presidente enviou ao Congresso Nacional o pedido de retirada de urgência do projeto que altera o Auxílio Gás, que tem gerado impasse entre o Ministério da Fazenda e o do Ministério de Minas e Energia.

Fluxo cambial

Às 14h30, Banco Central do Brasil divulgará as estatísticas semanais do fluxo cambial estrangeiro. Na última divulgação, referente à semana encerrada em 04 de outubro, o fluxo cambial brasileiro apresentou saldo negativo de US$ 0,277 bilhões.

Minério de ferro e petróleo

As cotações das duas commodities estão em queda nesta quarta-feira. Nesta manhã, o minério de ferro caía -1,88% em Dalian na China, cotado a US$ 110,02 por tonelada. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,,37%, para US$ 104,50 por tonelada.

Já o petróleo cede em meio a incertezas no Oriente Médio e perspectivas de demanda e oferta. O contrato Brent para dezembro caía 0,69% para US$ 73,74, e o WTI para julho recuava 0,68%, para US$ 70,10.

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