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Próximo corte de juros na Europa pode demorar mais, diz membro do BCE

A inflação anual da zona do euro acelerou em novembro para 2,2%, acima da meta do órgão

O BCE cortou neste mês sua taxa de juros básica em 25 pontos-base, para 3% (European Union/Exame)

O BCE cortou neste mês sua taxa de juros básica em 25 pontos-base, para 3% (European Union/Exame)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 09h24.

O próximo corte de juros pelo Banco Central Europeu pode demorar mais para acontecer após um aumento recente na inflação, disse o membro do Conselho de Governadores do BCE, Robert Holzmann.

"Não vejo nenhum aumento nas taxas de juros no momento. O que pode acontecer, no entanto, é que demore mais até o próximo corte de juros", disse Holzmann ao jornal austríaco Kurier em fala reproduzida pela Reuters.

O BCE cortou neste mês sua taxa de juros básica em 25 pontos-base - indo para 3%. O corte foi o quarto desde junho. O BCE também sinalizou que abandonará gradualmente sua política monetária restritiva.

Problemas pela frente

A inflação anual da zona do euro acelerou em novembro para 2,2% - foi 2% no mês anterior e acima da meta de 2% do próprio BCE.

"Sim, há sinais de uma tendência ascendente em alguns preços de energia. Mas também há outros cenários sobre como a inflação pode retornar, como por meio de uma desvalorização mais forte do euro", disse Holzmann, que é o chefe do banco central austríaco.

Holzmann também foi questionado sobre a perspectiva do novo presidente dos EUA, Donald Trump, impor tarifas comerciais e como isso pode afetar o crescimento econômico, as pressões de preços e a política monetária.

“Um cenário provável é que as tarifas de Trump levem a uma desaceleração geral no crescimento, mas também criem pressão inflacionária. Mais nos EUA do que conosco”, disse.  “Quão forte será o efeito, depende crucialmente de se e quanto o dólar se valoriza e o euro se deprecia.”

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