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Petrobras (PETR3/PETR4): Credit aumenta preço-alvo e vê upside de 57% após prévia

Analistas avaliam que alta no Ebitda e no pagamento de dividendos torna empresa atrativa apesar dos riscos

Petrobras: perspectivas para ações são positivas mesmo com desafios, avalia Credit (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: perspectivas para ações são positivas mesmo com desafios, avalia Credit (Sergio Moraes/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 22 de julho de 2022 às 11h24.

Última atualização em 22 de julho de 2022 às 11h24.

O Credit Suisse aumentou o preço-alvo para as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) após a companhia apresentar sua prévia do segundo trimestre. 

Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 22, o banco suíço estimou que as ADRs da companhia (recibo de ações de empresas estrangeiras negociadas nos EUA) cheguem a US$ 18. O valor representa um potencial de valorização (upside) de 56,9% frente ao preço de fechamento da véspera, de US$ 11,47. 

A alteração representa um ganho de 5% frente ao último preço-alvo do Credit para a empresa, que era de US$ 17.

A mudança acompanha o relatório de produção da estatal, divulgado na última noite. A companhia apresentou média de produção de 2,653 milhões de barris de óleo equivalente por dia -- 5,1% abaixo do registrado no trimestre anterior e no mesmo período de 2021.

A Petrobras atribuiu a queda ao maior número de paralisações para manutenção e início da vigência do contrato de partilha de produção dos volumes do excedente da cessão onerosa de Atapu e Sépia.

A queda, no entanto, já havia sido adiantada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que aliviou o peso da notícia na visão do Credit.

Como pontos positivos, o banco ressalta a redução de estoques no trimestre, sinalizando que a companhia vendeu mais do que produziu. “Pode ser um indicativo de bons resultados à frente”, afirmaram os analistas.

O Credit projeta um Ebitda (indicador de caixa operacional) para o segundo trimestre de 19,5 bilhões, o que representa uma alta de 71% na comparação anual e de 29% frente ao primeiro trimestre. A projeção do Ebitda foi elevada em 13%, com base nas “operações sólidas e no forte impulso aos preços do petróleo e derivados”.

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Outro ponto de destaque são os dividendos. Segundo as estimativas do banco, a estatal pode anunciar proventos na faixa US$ 10 bilhões a US$ 14 bilhões em relação aos resultados trimestrais do segundo trimestre. O valor representa um dividend yield de 14% a 20% em um único trimestre, segundo os cálculos do Credit.

Os riscos para o papel incluem as próximas eleições presidenciais em 2022 e o potencial interferência política na política de preços que já vem prejudicando os papéis da estatal neste ano. Outros desafios são um potencial excedente se o BNDES decidir vender sua posição de 1 bilhão ações das ações preferenciais (PETR4), além da transição energética de longo prazo.

Ainda assim, as perspectivas são positivas. “Neste ponto, os altos retornos da Petrobras parecem mais do que compensar os altos riscos embutidos na ação, em nossa opinião”, escreveram os analistas.

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