Fran Tarkenton: lenda da NFL tem milhares de açõews da Apple (Reprodução | NFL)
Repórter de finanças
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 10h20.
O sentido da palavra confiança pode ser descrito como a que Fran Tarkenton, membro do Hall da Fama da NFL, tem em relação à Apple. Comprando ações da companhia há mais de uma década, a lenda do esporte não planeja vendê-las tão cedo. "Não se vende ações da Apple", disse Tarkenton em uma entrevista recente ao Business Insider.
Tarkenton também afirmou que “dorme tranquilo à noite” sabendo que, independentemente do desempenho de seus outros negócios, conta com a segurança de suas ações da Apple — das quais possui centenas de milhares, de acordo com registros consultados pela publicação.
Tarkenton contou ao portal que conheceu Steve Jobs quando o fundador da Apple estava à frente da Pixar, mas o ex-jogador só começou a investir mesmo na companhia há pouco mais de dez anos. “Administro meu próprio dinheiro há muito tempo, porque queria saber o que as empresas em que investia estavam fazendo”, escreveu.
A ex-estrela do Minnesota Vikings, que construiu a maior parte de sua fortuna após se aposentar da liga, disse ao Business Insider que comprou suas primeiras ações da Apple em 2015, depois de estudar a empresa com mais profundidade.
“Comecei a conhecer algumas pessoas de lá, e elas eram brilhantes”, afirmou. “Comecei a investir na Apple e não vendo minhas ações. Reinvisto todos os dividendos. Leio sobre a empresa e sobre o que eles estão fazendo todos os dias, então sei que essa é a empresa em que acredito mais do que em qualquer outra.”
Para Tarkenton, dois fatores tornam a Apple um investimento difícil de ignorar: a diversificação do negócio e a robustez de suas margens. “Eles existem há 50 anos, e veja o que eles fizeram nesses 50 anos!”, disse ao Business Insider. “Eles são tão diversificados; estão em tudo, têm mais ativos do que qualquer outra empresa no mundo e continuam crescendo e se expandindo de novas maneiras.”
O investidor também fez elogios à condução da companhia sob o comando de Tim Cook. Ao Business Insider, Tarkenton destacou a “liderança autêntica” do CEO e a forma como ele assumiu o desafio de suceder Steve Jobs. “Ele é uma pessoa muito diferente de Steve Jobs, mas tem sido tão bom quanto, e talvez até melhor, para a Apple”, afirmou.
“Tim Cook chegou e não tentou ser Steve Jobs. Em vez disso, ele foi autêntico e é um líder genial”, acrescentou. “Assumir o lugar de um ícone como Steve Jobs é uma tarefa difícil, e ele lidou com isso de forma magnífica.”
Desde que Cook assumiu o comando, a Apple ampliou seu valor de mercado de cerca de US$ 350 bilhões, em 2011, para mais de US$ 4 trilhões. Nesse período, lançou produtos como o Apple Watch e os AirPods e expandiu sua atuação em serviços, com iniciativas como Apple Pay e Apple TV+. Ao mesmo tempo, também enfrentou projetos com desempenho mais fraco, como o Vision Pro, e decidiu encerrar o desenvolvimento de um carro elétrico.
Mesmo com críticas sobre a entrada tardia da Apple na corrida da inteligência artificial, Tarkenton disse ao Business Insider que não vê isso como um problema. Para ele, esse tipo de comentário costuma ser supervalorizado por analistas de TV.
O ex-quarterback também não demonstra preocupação com a sucessão de Cook, que se aproxima da idade de aposentadoria. Em sua mensagem ao Business Insider, afirmou: “Não acho que ele sairá no próximo ano; talvez nos próximos dois anos. Mas se e quando ele se afastar, haverá outra pessoa pronta para assumir o cargo, porque eles construíram esse tipo de empresa com esse tipo de cultura de liderança.”
Tarkenton, que após a aposentadoria foi coapresentador do “Monday Night Football” e participou de um reality show da ABC, acredita que a Apple ainda pode avançar mais no esporte ao vivo. Ao portal, ele disse apostar que a empresa fará uma grande investida pelos direitos de transmissão da NFL.
A expansão do negócio de serviços é um dos pilares da gestão de Cook, com produtos de alta margem como Apple TV, iCloud e Apple Music. Nos últimos anos, a empresa fechou acordos relevantes no esporte, incluindo um contrato de US$ 2,5 bilhões com a MLS e os direitos do “Friday Night Baseball”, além de um acordo de cinco anos com a Fórmula 1 para transmissões exclusivas nos EUA a partir do próximo ano.
Embora a Apple ainda não tenha fechado um contrato exclusivo para transmitir jogos da NFL, Tarkenton acredita que isso é apenas uma questão de tempo. “Eles vão acabar se tornando a maior emissora de futebol americano da NFL e talvez também do futebol americano universitário, porque saberão fazer isso melhor do que qualquer outra pessoa”, disse ao Business Insider.
Para ele, a lógica é simples: “Quando a Apple se envolve em alguma coisa, é porque vai ser muito boa”, afirmou.