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Remy Sharp
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O Ibovespa desta terça-feira, 3, fechou em queda e voltou para o patamar dos 113 mil pontos. Por aqui e pelo mundo, os investidores seguem cautelosos com a trajetória dos juros nos Estados Unidos, com dados do mercado de trabalho no radar. No Brasil, a Produção Industrial Mensal (PMI) veio levemente abaixo do esperado e, na véspera, o Programa Desenrola foi aprovado no Senado.

A aversão ao risco segue dando o tom nas bolsas globais, devido à perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter os juros elevados até que haja o controle da inflação americana. Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX, pontua que na última segunda-feira, 2, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que pode haver mais uma alta de juros ainda neste ano no país.

“Isso acaba pressionando ainda mais a aversão ao risco. Ou seja, o que devemos ver pela frente é novamente uma fuga de dólar”, afirma. Não por acaso, o índice DXY opera com alta de 0,27%. Além dele, outro ativo americano que sobe é o título de dez anos, cujo rendimento chegou a superar a marca de 4,71% nesta terça.

Ainda na terra dos ianques, dados do mercado de trabalho divulgados apontaram que o número de vagas subiram para 9,6 milhões — acima da expectativa de 8,8 milhões. O indicador deve impactar as decisões do Fed em novembro e os mercados ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

Segundo Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital, embora o dado seja benéfico para a população, como a principal missão do Fed é controlar a inflação, ele deverá pesar negativamente na política monetária. “Quando há muitas pessoas empregadas, a inflação tende a se manter estável ou até aumentar, tendo em vista o maior quantidade de dinheiro em circulação. Isso acaba pressionando a curva de juros americana e, com isso, os ativos de risco passam a não ser buscados pelos investidores, uma vez que a segurança dos títulos de renda fixa emitidos pelo governo dos EUA passa a pagar mais aos investidores.”

Ibovespa hoje

IBOV: -1,42, aos 113.419 pontos.

Por aqui, a produção industrial subiu 0,4% em agosto, eliminando parte da queda de 0,6% verificada no mês anterior. Apesar do avanço, o número ainda ficou abaixo das expectativas de 0,5%. No acumulado do ano, o setor acumula recuo de 0,3%, e a produção está 1,8% abaixo do patamar pré-pandemia. 

O economista André Perfeito comenta que uma primeira leitura do indicador não traz grandes novidades. Segundo ele, apesar da alta na margem, a indústria não conseguiu ainda engatar uma série convincente de altas e há grande volatilidade no comportamento dos seus componentes.

“A variável a se observar é a produção de Bens de Capital. É ela que irá sinalizar, de fato, uma melhora. Mas ainda não é o caso: é verdade que subiu 4,3% no mês, mas havia caído 7,7% e 2,3% nos meses anteriores. Logo a recuperação se dá sobre uma base muito depreciada”, salienta.

Já no cenário político, o Senado aprovou na véspera o projeto de lei que limita os juros do rotativo do cartão de crédito a 100% ao ano e que regulamenta o Desenrola. Agora, o texto do programa de renegociação de dívidas do governo federal segue para sanção presidencial.

Pesando negativamente na bolsa hoje, os ativos bancários também caíram. Itaú (ITUB4) recuou 1,26%, Bradesco (BBDC4) cedeu 1,18%, Santander (SANB4) caiu 0,51% e o Banco do Brasil (BBAS3) teve baixa de 0,28%.

Entre as commodities, o petróleo no mercado internacional fechou com alta. O barril do Brent subiu 0,23%, a US$ 90,92, e do WTI teve alta de 0,46%, a US$ 89,23. Apesar da alta na matéria-prima, as petroleiras caíram em bloco: Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroRecôncavo (RECV3) tiveram baixa de 0,44%, 0,51%, 1,97% e 4,15%, respectivamente.

Já o minério de ferro para novembro caiu 1,48% na bolsa de Cingapura, com a tonelada a US$ 116,50. Por aqui, houve reflexo entre as mineradoras e siderúrgicas: Vale (VALE3) caiu 0,61%, CSN Mineração (CMIN3) teve baixa de 1,04%, Gerdau (GGBR4) cedeu 2,06%, e Usiminas (USIM5) recuou 1,22%.

Dólar hoje

O dólar hoje fechou em alta. Nesta terça, a moeda americana subiu 1,73% a R$ 5,154. Na última segunda, o dólar fechou em alta de 0,79%, cotado a R$ 5,067.

Maiores altas do Ibovespa

Em um pregão que poucos ativos subiram, o maior destaque do dia é a Natura (NTCO3), que animou os investidores após ser noticiado que existem ofertas de compradores para The Body Shop, subsidiária do grupo. 

“Outros destaques positivos do dia são para empresas no setor de celulose, após analistas do JP Morgan fazerem recomendações positivas para Suzano e Klabin, com a perspectiva de melhoras no mercado da commodity”, lembra o sócio da Matriz Capital. 

Maiores quedas do Ibovespa

Entre as quedas, Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Petz (PETZ3) ficaram na lanterna do Ibovespa hoje. “Temos empresas de setores sensíveis às variações dos juros, que sobem hoje, tais como consumo, construção civil e  tecnologia”, aponta Cardozo.

  • Magazine Luiza (MGLU3): -8,46%
  • Casas Bahia (BHIA3): -7,94%
  • Petz (PETZ3): -6,52%

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice. 

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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