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Ibovespa sobe 0,38% e interrompe sequência de quedas com noticiário político

O principal índice acionário encerrou aos 157.923 pontos, distante da mínima de 157.124 pontos. Já o dólar fechou estável, aos R$ 5,523

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 18h33.

Última atualização em 18 de dezembro de 2025 às 19h07.

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira, 18, em alta de 0,38%, aos 157.923 pontos, interrompendo uma sequência de duas sessões consecutivas de queda, em um pregão marcado por forte volatilidade e sensibilidade ao noticiário político. O dólar fechou estável, com ligeira alta de 0,01%, cotado a R$ 5,523.

Após um início pressionado, com dólar e juros futuros em alta, o índice ganhou fôlego ao longo da tarde, acompanhando uma melhora marginal do humor dos investidores diante da percepção de que o cenário eleitoral para 2026 ainda está em aberto, o que reduziu parcialmente a aversão a risco nos ativos domésticos.

O movimento foi influenciado por declarações de autoridades e pela divulgação de pesquisas eleitorais, que trouxeram leituras mistas ao mercado.

De um lado, o mercado repercutiu a Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, que mostrou que se as eleições gerais de 2026 fossem realizadas hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorrerá à reeleição ao Palácio do Planalto, venceria todos os adversários, tanto no primeiro quanto no segundo turnos.

O instituto simulou diversos cenários, incluindo a entrada no páreo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), indicado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Esse desenho eleitoral acaba gerando bastante volatilidade nos ativos, já que uma eventual reeleição de Lula não é bem recebida pelo mercado, que tende a operar de forma mais negativa nesse contexto, do ponto de vista do mercado, com mais gastos", afirmou Nicolas Gass, estrategista de investimentos e sócio da GT Capital.

Por outro lado, falas indicando indefinição sobre candidaturas e sobre a condução da política monetária ajudaram a aliviar tensões momentâneas.

O presidente da federação União Brasil-Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP-PI), disse em entrevista ao Valor que o projeto presidenciável do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) "não está sepultado" e que "dependerá da viabilidade eleitoral de Flávio".

"Se ficar claro, em março, que o Flávio vai perder a eleição, o Bolsonaro não vai arriscar porque ele vai ficar muito tempo preso. A única pessoa que não pode perder a eleição é o Bolsonaro", disse Nogueira.

"Essa é uma teoria que já vinha se aventando desde o lançamento da pré-candidatura do Flávio, porque muitos analistas acreditam nessa cortina de fumaça, colocar ele e depois sim vir com o candidato-chave certo. Então a gente vai ter que aguardar, ir até o primeiro trimestre para ver como as coisas vão se dar", afirmou Alexandre Pletes, head de renda variável na Faz Capital.

As declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta quinta, também ajudaram a impulsionar o Ibovespa. "Não há setas dadas nem portas fechadas na decisão dos juros. A ideia é usar o período entre as reuniões para reunir dados e avaliar o cenário antes de tomar qualquer decisão", disse a autoridade monetária sobre o futuro da Selic.

Dos 82 papéis que compõem o Ibovespa, 30 fecharam em alta e 31 estáveis. Os bancos se recuperaram após a queda nas úlltimas sessões, com destaque para as Units do BTG (BPAC11) que subiram quase 2%.

Na ponta oposta, as ações de Direcional (DIRR3) ficaram entre as maiores quedas, assim como Natura (NATU3) e Assaí (ASAI3).

Inflação nos EUA desacelera

No exterior, o cenário foi mais favorável. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostrou sinais de desaceleração em novembro, com a inflação avançando no ritmo mais lento desde o início de 2021, segundo o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS).

O índice de preços ao consumidor teve alta de 2,7% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Já o núcleo do CPI, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia, subiu 2,6% em novembro na comparação anual. O resultado representa uma desaceleração em relação ao avanço de 3% registrado dois meses antes e marca o ritmo mais fraco em quase quatro anos.

Apesar das limitações, o relatório reforça a percepção de que as pressões inflacionárias começam a perder força, após permanecerem em uma faixa relativamente estreita desde o início deste ano, segundo a Bloomberg.

Ainda assim, não está claro se os dados serão suficientes para influenciar a estratégia do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Os formuladores de política monetária seguem divididos sobre o rumo dos juros no próximo ano.

Na semana passada, o Fed cortou a taxa de juros pela terceira reunião consecutiva, em uma tentativa de se antecipar a um possível enfraquecimento mais acentuado do mercado de trabalho.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou recentemente que os dados do CPI “podem estar distorcidos” em razão do período recorde de paralisação do governo federal, encerrado apenas em 12 de novembro.

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