Hapvida tem prejuízo de R$ 312 mi mas supera projeções em crescimento orgânico
Companhia adicionou 139 mil novos clientes ao portfólio, acima da média de 90 mil esperada por analistas
Beatriz Quesada
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 18h53.
Última atualização em 11 de agosto de 2022 às 21h01.
A Hapvida (HAPV3) teve prejuízo de R$ 312,3 milhões no segundo trimestre deste ano, de acordo com o balanço divulgado pela companhia na noite desta quinta-feira, 11. O resultado reverteu lucro de R$ 104,6 milhões apurado no mesmo período do ano passado – uma queda de 398%.
Embora já esperado, o prejuízo ficou acima do esperado por analistas, que projetavam uma baixa em torno de R$ 200 milhões para a empresa no período, considerando as dificuldades de consolidação do portfólio após aquisições recentes – a fusão com a Intermédica foi finalizada em fevereiro deste ano. O resultado, por sinal, incorpora os resultados de fevereiro e março da Intermédica.
Já o lucro líquido ajustado, que exclui plano de opções e a amortização de marcas e patentes e carteira de clientes, foi de R$ 241 milhões, queda de 11% frente aos ganhos de R$ 273 milhões em igual período do ano anterior.
A receita líquida da companhia foi de R$ 6,08 bilhões, alta de 153% na comparação anual.
Já o Ebitda , principal indicador operacional da companhia, chegou a R$ 437,5, alta de 50% frente aos R$ 291,7 apurados no ano anterior. O Ebitda ajustado, que exclui plano de opções, atingiu R$ 582,3 milhões no trimestre, crescimento de 86,6% na comparação com
o mesmo período do ano anterior.
A margem Ebitda ficou em 7,2% baixa de 5 pontos percentuais (p.p.) frente aos 12,1% apurados de abril a junho de 2021.
O índice de sinistralidade da companhia subiu para 72,3%, alta de 5,8 ponto percentual (p.p.) frente aos 66,6% do mesmo período do ano anterior.
No campo positivo, a empresa surpreendeu no crescimento orgânico, que havia sido um dos principais pontos de atenção no primeiro trimestre. A Hapvida adicionou 139 mil novos clientes ao portfólio.
O crescimento orgânico ficou acima do esperado por analistas, que projetavam média de 90 mil adições. O número também ficou acima dos 122 mil novos clientes que haviam sido divulgados em dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) na última sexta-feira.
O número de beneficiários de saúde e odonto consolidado cresceu 117,6% no segundo trimestre na comparação anual.
O ticket médio, que representa o gasto médio dos clientes da companhia, apresentou queda de 3,2% no consolidado. Segundo a empresa, o ticket individual foi impactado pelo reajuste negativo de 8,19% dos planos individuais divulgado pela ANS no último ano, vigente de maio de 2021 a abril de 2022.