Focus com Selic e IPCA, follow-on do Iguatemi, OPA da Gradiente e o que mais move o mercado
Mercado internacional dá continuidade ao rali para ativos de risco, enquanto investidores aguardam dados de inflação da semana
Guilherme Guilherme
Publicado em 12 de setembro de 2022 às 07h49.
Última atualização em 12 de setembro de 2022 às 11h58.
O rali para ativos de risco se estende nesta segunda-feira, 12, com as principais bolsas de valores em alta e o dólar em queda no mercado internacional. Nos Estados Unidos, os índices futuros avançam para o maior patamar em duas semanas. Na última sexta-feira, 9, bolsas de Wall Street chegaram ao terceiro pregão positivo, quebrando a sequência de três perdas semanais.
A melhora de humor ocorre mesmo em meio à consolidação das expectativas de um Federal Reserve mais hawkish. A probabilidade de mais uma agressiva alta de 0,75 ponto percentual na decisão da próxima semana vem se firmando próxima de 90%, enquanto a chance de uma elevação mais branda fica cada vez mais próxima de zero. Se confirmado, o ajuste levará o juro americano para entre 3% e 3,25%.
Para a reunião de novembro, apostas de mais uma alta de 0,75 p.p. já surgem no radar. O cenário mais provável, contudo, é de que o ajuste seja dividido entre um mais brando, de 0,50 p.p. para 3,50% e 3,75%, e mais um de 0,25 p.p. em dezembro.
Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a fortalecer o dólar. Por outro lado, perspectivas de que outros bancos centrais, especialmente o europeu, siga uma linha mais dura no controle da inflação têm diminuído o apetite pela moeda americana nos últimos dias.
Na decisão da semana passada, o Banco Central Europeu subiu suas taxas de juros em 0,75 ponto percentual, acima do esperado por parte dos investidores, e sinalizou novas altas nas próximas reuniões. O euro tem ganhado força desde então, se firmado acima de US$ 1. Mas dados do Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) que serão divulgados nesta terça-feira, 13, podem testar a força do euro e o humor do mercado, especialmente se a taxa de inflação não cair como o previsto. O consenso é de queda do CPI anual de 8,5% para 8,1%.
Focus
No Brasil, expectativas para as taxas de juros podem ser revistas pelo boletim Focus nesta segunda, com as projeções passando a incorporar as recentes falas mais duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ele, a possibilidade de um novo ajuste na Selic , levando a taxa possivelmente para 14%, ainda está na mesa para a próxima decisão de juros, na quarta-feira que vem, 21.
Já o IPCA abaixo das estimativas divulgado na sexta-feira, 9, deve pressionar mais uma vez a projeção do mercado para a inflação deste ano. Se confirmada, será a 11º queda consecutiva na projeção semanal de economistas para o IPCA de 2022 .
Follow-on do Iguatemi
O Iguatemi (IGTI11) anunciou na última sexta que fará uma oferta restrita de, inicialmente, 24,716 milhões units. O follow-on poderá movimentar R$ 500 milhões, considerando cotação do último fechamento, de R$ 20. O anúncio ocorreu paralelamente ao da compra de participação adicional de 36% do Shopping JK por R$ 667 milhões.
OPA da Gradiente
A IGB Eletrônica (IGBR3),da marca Gradiente, registrou o pedido na CVM para realizar uma Oferta Pública de Aquisição, visando fechar o capital da companhia na bolsa. A oferta será de R$ 40,51 por ação. O preço oferecido representa 55% de prêmio em relação ao do último fechamento.