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Fantasma do Fed, dólar de volta à máxima em 20 anos e o que mais move o mercado

Crescem expectativas para que juro dos Estados Unidos suba para 5% até o início do ano que vem; rendimento dos títulos americanos batem máxima em mais de uma década

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Joshua Roberts/Getty Images)

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Joshua Roberts/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 07h25.

Última atualização em 23 de setembro de 2022 às 07h44.

Preocupações sobre altas de juros do Federal Reserve (Fed) e suas consequências para a economia americana seguem pressionando maior aversão ao risco no mercado internacional nesta sexta-feira, 23.

O rendimento dos títulos do Tesouro americano, reflexo das expectativas de juros no país, estão no maior patamar em mais de uma década. O título de 2 anos já está paganado cerca de 4,20%, na máxima desde 2007. A curva de rendimentos, por sinal, segue invertida, com o título de prazo mais longo pagando menos que o de curto prazo. O título de 10 anos, próximo da máxima desde 2011, está com rendimento próximo 3,75% nesta manhã. O fenômeno, que se arrasta nos últimos meses, é considerado mais um sinal de que uma recessão atingirá os Estados Unidos muito em breve.

Os juros precificados na curva americana sugerem um duro aperto monetário para controlar a inflação no país. Desde a decisão de quara-feira, 21, quando o Fed confirmou sua terceira alta de 0,75 p.p., investidores têm apostado em juros ainda mais altos nos Estados Unidos.

O cenário considerado o mais provável, hoje, é de que Fed ainda faça mais uma alta de 0,75 p.p. e outra de 0,5 p.p. na última reunião do ano, encerrando 2022 com o juro entre 4,25% e 4,5%. Mas o mercado já vê 40% de chance de o juro chegar a 5% até março -- o que seria o maior patamar desde 2006.

Juros mais altos e títulos mais rentáveis nos Estados Unidos têm beneficiado principalmente o dólar. Nesta manhã, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra as divisas mais negociadas do mundo, voltou a bater máxima desde 2002, superando pela primeira vez no ano a marca de 112 pontos. O euro, que chegou a se fortalecer após a recente elevação de juros do BCE, volta a sofrer duras perdas contra o dólar, sendo negociado próximo de US$ 0,97.

No Brasil, o fim do ciclo de alta de juros nesta semana provocou reação positiva no último pregão, com o Ibovespa fechando em quase de 2% alta, na contramão do exterior. Mas, segundo economistas, o melhor momento do mercado brasileiro ainda depende de quão duro serão os efeitos das altas de juros na maior economia do mundo.

Bolsas dos Estados Unidos recuam no mercado de futuros desta manhã, sinalizando o quarto dia de perdas em Wall Street. Na Europa, as quedas superam 1%.

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Desempenho dos indicadores às 7h20 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,83%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,92%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 1,06%
  • DAX (Frankfurt): - 1,43%
  • CAC 40 (Paris): - 1,33%
  • FTSE 100 (Londres): - 1,53%
  • Stoxx 600 (Europa): - 1,51%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,66%
  • Shangai Composite (Xangai)*: - 1,18%

Equatorial compra Celg-D

A Equatorial (EQTL3) anunciou a aquisição da Celg-D,  da Enel, por R$ 1,575 bilhão. O contrato ainda prevê a reestruturação da dívida entre a Celg-D e a Enel no valor de R$ 5,7 bilhões. Pelos termos acordados, a Celg-D pagará o empréstimo nos doze meses posteriores à conclusão do negócio. A Equatorial ainda afirmou que não prevê o fechamento de capital da Celg-D no prazo de um ano.

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