Dólar atinge recorde nominal e encerra cotado a R$ 6,0942 nesta segunda-feira
A moeda fechou em valor nominal recorde apesar das intervenções do governo no câmbio
Editora de Finanças
Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 17h45.
Última atualização em 17 de dezembro de 2024 às 07h27.
O dólar renovou o patamar recorde e fechou no maior valor nominal nesta segunda-feira, 16, alcançando os R$ 6,0942, com uma alta de 0,99%.
Amoeda teve valorização mesmo após duas intervenções realizadas pelo Banco Central no câmbio. A primeira intervenção, já programada desde sexta-feira, incluiu a oferta de US$ 3 bilhões em leilão à vista, com compromisso de recompra. Já a segunda, realizada em linha sem compromisso de recompra, totalizou US$ 1,6275 bilhão, configurando o maior movimento de intervenção desde a pandemia de 2020.
Fatores internos aumentam a pressão sobre o câmbio
Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, o comportamento do dólar está diretamente relacionado ao cenário doméstico, sobretudo às incertezas fiscais.
“Essa questão fiscal está como um pano de fundo já recorrente, e o mercado também repercute uma nova piora nas estimativas das projeções do Boletim Focus divulgado nesta semana. Vimos uma piora no câmbio, inflação e juros. A única variável com melhora foi o crescimento, mas, no geral, houve uma piora generalizada. Isso contribui para uma percepção de maior risco-país no Brasil, o que não favorece o ingresso de fluxos financeiros e acaba pressionando o câmbio.”
Impactos do cenário internacional
Além do panorama interno, fatores externos também influenciaram o desempenho do dólar. “Outras moedas emergentes estão subindo também, muito possivelmente por conta da expectativa em relação à decisão do Banco Central dos Estados Unidos. Isso contribui para uma maior aversão ao risco nos mercados globais”, avaliou Quartaroli.
Combinados, os fatores internos e externos reforçam o cenário de volatilidade cambial para o Brasil.