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BRF desaba 7% e lidera baixas com mudança de recomendação do BofA

Marfrig, Minerva e JBS também operam em queda; preocupação é com nível de alavancagem e queima de caixa

BRF: ação lidera as quedas do Ibovespa após rebaixamento (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 13 de abril de 2023 às 16h19.

Última atualização em 13 de abril de 2023 às 17h25.

O setor de proteína foi o grande destaque negativo doIbovespanesta quinta-feira, 13, com destaque para a BRF ( BRFS3 ), que foi rebaixada pelo Bank of America (BofA). Ontem, os analistas do banco revisaram a recomendação para a ação para underperform, equivalente à venda. O preço-alvo também caiu, passando de R$ 9 para R$ 6,30.

“Rebaixamos a BRF para underperform devido principalmente à alta alavancagem, expectativa de queima de caixa de R$ 1,4 bilhão em 2023 e risco de queda para as estimativas de consenso”, afirmaram os analistas em relatório.

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Marfrig vs BRF

A Marfrig ( MRFG3 ), que tem 33,25% de participação na BRF teve o preço-alvo rebaixado na esteira da concorrente. No entanto, apesar da visão negativa para a BRF, o BofA vê a Marfrig em vantagem. Primeiro porque não há uma necessidade imediata de aporte de capital na BRF, mas, principalmente porque a operação da Marfrig não é completamente dependente do ciclo de carne nos Estados Unidos. A redução das margens no país já é esperada por analistas, e deve impactar o setor neste ano.

A estimativa do BofA é que o Ebitda, indicador de caixa operacional, alcance R$ 5,3 bilhões em 2023 no caso da Marfrig, abaixo dos R$ 9 bilhões do ano anterior. O resultado seria prejudicado, justamente, pelo ciclo negativo da carne bovina nos EUA que deve gerar uma contração de 6 pontos percentuais na margem Ebitda da América do Norte.

“No entanto, notamos que a Marfrig tem conseguido superar os players de carne bovina nos EUA por meio de sua parceria com pecuaristas e sólida execução comercial, o que reduziu a pressão da redução da disponibilidade de gado em sua operação”, disseram os analistas.

Já na operação da América do Sul, o resultado do primeiro trimestre da Marfrig deve ser afetado pelo veto da China de um mês às exportações de carne bovina brasileiras. “No entanto, esperamos que os preços da carne bovina subam em maio com a normalização das exportações, enquanto os preços mais baixos do gado no Brasil devem levar à recuperação da margem a partir do segundo trimestre”, avaliaram os analistas.

A estimativa do BofA é que a margem Ebitda da divisão fique em 9% em 2023, ante 8,4% em 2022. O preço-alvo do banco para a Marfrig foi reduzido de R$ 9 para R$ 7,6, e a recomendação para os papéis é neutra.

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