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B3 deve lançar stablecoins no primeiro semestre de 2026

Criptomoeda que tem como principal característica a paridade com ativo estável ganha força no mercado global

Stablecoin: mercado pode alcançar US$ 1 trilhão até 2030 (Germano Lüders/Exame)

Stablecoin: mercado pode alcançar US$ 1 trilhão até 2030 (Germano Lüders/Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 06h00.

A B3 está se preparando para lançar uma stablecoin(criptomoedas atreladas a ativos estáveis) no primeiro semestre de 2026, para preencher um vácuo crescente no mercado de economia digitalizada. A novidade vem em um momento em que a necessidade de uma moeda digital para a liquidação de tokens se tornou mais evidente, sobretudo após a interrupção do Drex pelo Banco Central.

A declaração foi dada por Luiz Masagão, vice-presidente de produtos e clientes da B3, durante o investor day da companhia.

O executivo explicou que a opção de integrar a infraestrutura da B3 com a depositária tradicional se baseia no fato de que os ativos tokenizados poderão ser totalmente compatíveis com os ativos tradicionais. “Toda a liquidez atualmente disponível nos nossos livros centrais de negociação poderá ser acessada por aqueles que ainda não possuem o token”, afirmou.

As stablecoins são um tipo de criptomoeda cuja principal característica é a paridade com um ativo específico. Isso significa que o valor da stablecoin se mantém estável, justificando seu nome — “moeda estável” em tradução livre. Na prática, as criptomoedas podem ser pareadas com moedas fiduciárias, minérios como ouro e prata e até commodities agrícolas. O mais comum, no entanto, é que sejam pareadas ao dólar.

Grandes bancos como JPMorgan, Bank of America e Goldman Sachs estão explorando a criação de suas próprias stablecoins, enquanto o Citi prevê que esse mercado pode alcançar um valor superior a US$ 1 trilhão até 2030.

Masagão destacou que essa abordagem possibilita a coexistência das duas tecnologias, permitindo uma transição gradual no mercado. “Isso significa que você terá players operando com modelos tecnológicos tradicionais e outros utilizando modelos tokenizados, ambos acessando a mesma liquidez”, explicou.

Apesar de ser essencial para viabilizar a negociação de tokens, o executivo ressaltou que a B3 acredita que a criptomoeda tem um potencial muito maior. “Com a redução do Drex, o mercado está buscando um ativo que possa ser utilizado para a liquidação de toda a economia digital”, disse.

O Banco Central do Brasil anunciou em novembro desligamento da plataforma piloto atual do Drex, que era projetada para ser a infraestrutura das finanças digitais no Brasil com uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês).

A bolsa brasileira vislumbra a possibilidade de aceitá-lo como colateral e margem na Contraparte Central (CCP), permitindo que transações sejam realizadas de forma contínua. A aceitação da stablecoin como colateral será fundamental para viabilizar a negociação 24x7, um dos principais casos de uso a ser desenvolvido, permitindo que os tokens sejam negociados sem interrupções, oferecendo flexibilidade e agilidade ao mercado.

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