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Ações brasileiras são a bola da vez, diz Franklin Templeton

Em um “ano brutal” para as bolsas globais, gestores se voltam para o Brasil, um exportador de commodities onde a inflação faz pico e a disputa política parece menos relevante

B3: ações brasileiras estão muito baratas para serem ignoradas (Germano Lüders/Exame)

B3: ações brasileiras estão muito baratas para serem ignoradas (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 10h31.

Não há lugar melhor no mundo para se comprar ações do que no Brasil no momento, mesmo com a proximidade das eleições presidenciais, de acordo com a Franklin Templeton.

Em um “ano brutal” para as bolsas globais, gestores de ativos se voltam para o Brasil, um exportador de commodities onde a inflação faz pico e a disputa política parece menos relevante em comparação com a maioria dos pares emergentes, disse Dina Ting, chefe de gestão de carteira de índice global da Franklin Templeton.

Um indicador de ações globais acumula baixa de 24% desde janeiro em meio à campanha de aperto monetário do Federal Reserve. Riscos de países específicos – da política de Covid Zero da China à guerra da Rússia na Ucrânia – dificultam ainda mais o caminho para índices acionários do mundo em desenvolvimento. Em meio ao cenário global desafiador, o Brasil se destaca em relação a outros países exportadores de commodities em mercados desenvolvidos como Canadá e Austrália.

“Se você é um alocador de ativos que busca oportunidades globais, há desafios em muitas partes do mundo”, disse Ting, cuja empresa administra mais de US$ 390 bilhões em ações. “Em termos de pontos positivos, o foco recai sobre o Brasil”, afirmou em entrevista.

Enquanto os brasileiros se preparam para o segundo turno em 30 de outubro, as perspectivas de longo prazo do país permanecem atraentes, disse. Ting faz coro a um grupo de investidores que veem as agendas econômicas dos candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como muito semelhantes.

E as ações brasileiras estão muito baratas para serem ignoradas. O Índice MSCI Brasil é negociado a 6,7 vezes o lucro projetado, bem abaixo da média histórica de 10 anos de 11,2 vezes, mesmo depois de superar pares globais com um ganho de 9,5% este ano. Além de múltiplos atraentes, traders também destacam o Brasil como provavelmente um dos poucos países que tenham encerrado o ciclo de aperto monetário.

O maior ETF listado nos EUA que investe em ações brasileiras, o iShares MSCI Brazil (EWZ), com ativos de US$ 5,2 bilhões, perdeu US$ 123 milhões este ano. Já o Franklin FTSE Brazil (FLBR), com US$ 298 milhões, registrou entradas de US$ 50 milhões no período.

“A volatilidade no curto prazo provavelmente será maior, mas, quando o resultado das eleições estiver bem claro de uma forma ou de outra e houver uma transição pacífica, investidores se sentirão mais confortáveis, como é típico”, disse Ting.

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