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COE: o que é, como funciona e como investir?

O COE busca alcançar um perfil de risco/retorno mais equilibrado no portfólio, sem sacrificar a proteção do principal

 (Getty Images/Reprodução)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 20 de março de 2023 às 18h59.

Nem todos os investimentos oferecem a flexibilidade de opções de risco/retorno que podem ser adaptadas a diferentes portfólios. Essa natureza híbrida pode ser observada no Certificado de Operações Estruturadas, mais conhecido como COE.

Embora os investimentos de renda fixa ofereçam segurança, geralmente oferecem flexibilidade limitada e tendem a ter um desempenho inferior, no longo prazo, aos investimentos orientados para o crescimento, como ações. Sendo assim, o COE busca alcançar um perfil de risco/retorno mais equilibrado no portfólio, sem sacrificar a proteção do principal. 

O que é COE?

O COE combina as funções de muitos produtos financeiros diferentes em um, fornecendo recursos de ativos de dívida e ativos de investimento. Em outras palavras, trata-se de título a prazo fixo com componente de obrigação e derivados embutidos.

Sendo assim, sua lucratividade depende de o emissor reembolsar o título subjacente e pagar um prêmio contra o ativo subjacente. Em suma, seu desempenho está vinculado a outro ativo ou índice, como um índice de ações, títulos de ações individuais, taxas de juros, commodities ou moedas.

Como se pode observar, trata-se de um produto de investimento complexo, projetado para fornecer proteção do principal no vencimento, uma preocupação importante para os investidores em um mercado em baixa, ao mesmo tempo, em que oferece aos investidores a oportunidade de participar do potencial crescimento de mercados em ascensão.

Estrutura dos COE

A estrutura dos COE pode ser definida por 4 componentes: vencimento, ativo subjacente, valor da proteção e fórmula de pagamento.

  • Vencimento — Na maioria dos casos, o vencimento do COE é entre 2 e 5 anos;
  • Ativo subjacente — O desempenho de um COE normalmente acompanha o desempenho de um ativo subjacente (ou seja, um índice, ação, cesta de ações, commodities ou moeda estrangeira) ao longo de um período de vencimento
  • Valor da proteção — O valor que protege um investidor de uma queda no ativo subjacente. Os investidores recebem o principal de seu investimento no vencimento, desde que o nível do ativo subjacente não caia abaixo do nível de proteção, mas podem ocorrer perdas após esse nível. 
  • Fórmula de pagamento — O valor que um investidor recebe durante o prazo do COE se determinadas condições de mercado forem atendidas. Existem dois tipos básicos de estruturas de recompensa: renda e crescimento. Os retornos de renda fornecem aos investidores o mais alto nível de retorno limitado aos pagamentos de juros. Já o retorno do crescimento dá aos investidores um nível de participação ativa do ativo subjacente.

Combinados, esses 4 componentes fornecem um COE para alavancar diferentes expectativas de mercado e responder às necessidades específicas dos investidores.

Após entender o que significa COE e como é sua estrutura, é importante observar como ele funciona.

Como funciona o COE? 

O COE funciona com base nos títulos subjacentes aos quais estão vinculados. Assim como os títulos, ele tem um prazo fixo. Assim como os derivativos, seus retornos estão vinculados ao desempenho de outros ativos.

Portanto, o COE pode estar vinculado a um índice de ações e seu retorno dependerá do desempenho desse índice, como o Ibovespa. 

Vale ressaltar que além de estar vinculado a um índice de ações, o COE também pode estar vinculado a um único título patrimonial, commodity ou até mesmo uma moeda estrangeira.

Ativos subjacentes ou benchmarks

Os ativos ou benchmarks subjacentes às vezes são chamados de ativos de referência, ou benchmarks de referência. Esses ativos ou benchmarks podem incluir:

  • Índices de mercado;
  • Ações;
  • Taxa de juros;
  • Produtos de renda fixa;
  • Taxa de câmbio estrangeiro;
  • Preços das commodities;
  • Qualquer combinação destes.

Além disso, existe COE cujo retorno está vinculado a dois ou mais ativos de referência ou benchmarks (por exemplo, o valor dos juros e/ou amortização do principal depende da qualidade do crédito e do preço das ações de um grupo de empresas).

Exemplo de COE 

Suponha que um banco emita um COE sem taxa de juros. Em vez disso, os retornos do COE são baseados no desempenho do Ibovespa. Ao vincular o retorno ao Ibovespa, o banco cria um derivativo em vez de investir diretamente em qualquer ação subjacente.

Portanto, o valor do COE é derivado do valor do mercado de ações. Um ano depois, ele expira e o Ibovespa sobe 10%. Nesse caso, o banco devolverá o principal total (com base na parcela de títulos do COE) e emitirá um retorno de 10% (com base na parcela de derivativos do COE).

Embora sua estrutura seja basicamente a mesma, o COE varia de acordo com seus ativos subjacentes e pode ser vinculado a um grupo de fundos de investimento, hedge funds, índices de ações ou uma cesta de ações selecionadas que pagam juros com base nos ganhos do subjacente de ativos.

Por fim, é preciso enfatizar que, em alguns casos, os pagamentos de juros podem exceder os retornos que podem ser obtidos investindo diretamente no ativo subjacente. Em outros casos, um ativo de baixo desempenho pode não gerar um retorno no vencimento, embora um investidor possa obter um retorno positivo se investir diretamente na parte do investimento vinculada a ações.

Quais são as vantagens do COE?

Os investidores buscam maior controle sobre suas carteiras por meio de investimentos com resultados definidos. Os COEs podem ser ferramentas de portfólio poderosas devido à sua flexibilidade e opções de personalização que podem ser adaptadas às necessidades de cada investidor.

Ao vincular uma opção a um título, o investidor pode arcar melhor com o risco da opção, sabendo que receberá o pagamento pela parcela do título. Por exemplo, se o COE for emitido por um emissor financeiramente estável, é mais fácil assumir riscos por meio de opções visando um aumento significativo no valor de mercado.

Sendo assim, um COE pode incluir investimentos de risco, como futuros de ouro, ao mesmo tempo em que oferece a segurança dos valores mobiliários. Se esse título vier com uma grande garantia, o pior resultado possível serão os fundos ociosos.

Além disso, os COEs são uma forma de investidores de varejo obterem acesso a partes do mercado que normalmente não são acessíveis. Isso os torna inerentemente valiosos para investidores que não têm muito dinheiro para investir.

Quais são as desvantagens do COE?

Apesar da capacidade única do COE em combinar segurança e recompensas, ele também apresenta algumas desvantagens. Aqui estão algumas razões para ser cauteloso com esse tipo de investimento em portfólio.

Risco de mercado

A parcela de derivativos do COE está exposta aos riscos de qualquer mercado ao qual se relaciona. Portanto, como seus retornos são derivados exclusivamente do desempenho do investimento, o patrimônio dos investidores também podem estar em jogo.

Complexidade

O COE pode ajudar os investidores a testar novos mercados. Mas futuros de commodities e câmbio podem ser extremamente complicados para investidores comuns. 

Portanto, muito dinheiro pode ser perdido até que os riscos e resultados por trás do COE sejam totalmente compreendidos.

Provisões de Liquidez e Call

Alguns COEs oferecem ao emissor uma opção de compra integrada que permite recomprá-lo a um preço especificado após um determinado período de tempo (mas antes do vencimento).

Assim, se o COE receber um Call, todo o principal e todos os rendimentos anteriores serão devolvidos aos investidores, o que não é um resultado ruim. No entanto, os investidores enfrentam o ônus de reinvestir seu capital, aumentando o risco de timing de mercado.

Foi possível entender o que é COE e como investir? Acompanhe outros conteúdos do nosso Guia de Investimentos!

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