Future of Money

Por que Elon Musk gera tantos impactos no mercado de criptomoedas?

O homem mais rico do mundo não ganhou este posto com as criptomoedas, mas exerce um grande impacto sobre elas; entenda o envolvimento de Elon Musk com dogecoin, bitcoin e outros criptoativos

Elon Musk é conhecido por seus impactos no mercado de ações e criptomoedas (Felipe Alves/Unsplash)

Elon Musk é conhecido por seus impactos no mercado de ações e criptomoedas (Felipe Alves/Unsplash)

Elon Musk é conhecido por ser o homem mais rico do mundo, mas também por sua influência no mercado de criptomoedas. Com uma fortuna avaliada em US$ 209,4 bilhões pela Forbes, o CEO da Tesla e novo dono do Twitter exerce um papel significativo nas decisões de investidores a partir de suas manifestações públicas.

Como provou durante suas negociações de compra do Twitter, uma das maiores redes sociais da atualidade, por mais de US$ 40 bilhões, Musk é um grande defensor da liberdade de expressão.

Por isso, o bilionário expressou com frequência suas opiniões sobre as principais criptomoedas em valor de mercado nos últimos anos. Bitcoin e dogecoin, por exemplo, foram as mais comentadas por Musk em suas redes sociais.

No entanto, suas publicações se destacam das demais na web, já que muitos podem enxergar no bilionário uma fonte de inspiração para investimentos e estratégias de negócios. Isso fez com que o mercado de criptoativos, naturalmente volátil, respondesse de forma bastante expressiva a alguns dos comentários do magnata.

“Por conta de seu sucesso em outros âmbitos, investidores acreditam que fazer o mesmo que ele pode ser uma boa alternativa para multiplicar seu capital. Entretanto, essa é uma atitude mal dimensionada e que pode trazer grandes riscos”, apontou Lucas Josa, analista de ativos digitais do BTG Pactual, em entrevista à EXAME.

“Quando uma figura como Elon Musk, mesmo que de forma indireta, demonstra apoio a um determinado tipo de ativo, na maioria das vezes, isso desencadeia um forte movimento de compra no mercado, já que grande parte dos investidores fica com receio de perder ‘a dica do CEO da Tesla’”, acrescentou.

(Mynt/Divulgação)

Bitcoin

“Agora você pode comprar um Tesla com bitcoin”, disse Elon Musk no Twitter em março de 2021. Uma das maiores empresas do mundo, aceitando bitcoin como pagamento, ajudou a empurrar o ativo para novas máximas e o bitcoin alcançou quase US$ 65 mil em um mês após a publicação.

A Tesla chegou a ser a segunda empresa listada em bolsa que mais investiu em bitcoin como estratégia de tesouraria. No entanto, com as quedas expressivas de 2022, que chegam a quase 60%, a empresa vendeu 75% de seu patrimônio no criptoativo, caindo para o quarto lugar. Atualmente, a Tesla possui 10.725 unidades de bitcoin, que correspondem a quase US$ 222 milhões.

Dogecoin

Apesar do investimento em bitcoin, outra criptomoeda parece ser a queridinha do CEO da Tesla. Inspirada em um meme de um cachorro da raça Shiba Inu, a dogecoin estrelou a maioria dos comentários de Musk sobre os criptoativos.

“Pretendo apoiar pessoalmente a dogecoin, porque conheço muitas pessoas que não são tão ricas que me incentivaram a comprar e apoiar a dogecoin, então estou respondendo a essas pessoas. Quando ando pela fábrica da SpaceX ou da Tesla, eles me pedem para apoiar a dogecoin, então estou fazendo isso”, justificou o bilionário em entrevista à Bloomberg em junho de 2022.

Por incontáveis vezes, Musk publicou mensagens em defesa à criptomoeda-meme, cujo projeto é criticado por especialistas e até mesmo por seus criadores, por falta de embasamento. Musk ficou conhecido entre os entusiastas da dogecoin como “dogefather”, ou o “pai da dogecoin” em português.

Todas as vezes que o bilionário mencionava a criptomoeda-meme em suas redes, a cotação disparava. O exemplo mais recente acompanha a conclusão da compra do Twitter por Musk.

No dia seguinte, bastou o magnata publicar uma imagem de um cão da raça Shiba Inu vestindo uma camiseta da rede social que acabara de comprar para que a cotação da dogecoin subisse 28% em poucas horas.

A criptomoeda-meme já acumulava ganhos de 130% na semana, pois muitos investidores alimentavam a expectativa de que à frente da rede social, Elon Musk pudesse implementar serviços com a dogecoin. O Twitter já integra “gorjetas” em bitcoin e NFTs.

Implementação no Twitter

A implementação da dogecoin no Twitter após a compra por Elon Musk foi muito comentada entre usuários, especialistas e entusiastas das criptomoedas. No entanto, o projeto não foi confirmado pela empresa em nenhum momento.

“Isso é pura especulação e se deve ao fato de muita gente saber que o Elon Musk admira a dogecoin. Eles pensam que agora que o Elon Musk fez a compra do Twitter, de repente haverá no futuro uma implementação da dogecoin no Twitter, mas nada disso foi anunciado e é especulação pura”, explicou Michelle Mafra, gerente de blockchain e criptoativos da Bybit.

Concordando ou não que haveriam benefícios na implementação, muitos investidores optaram por comprar unidades da criptomoeda-meme para obter um possível lucro no futuro. No entanto, especialistas não recomendam o investimento.

"Caso seja implementada a infraestrutura do Twitter, é bem provável que isso impulsione uma demanda pelo ativo, mas isso não significa que o ativo se tornará uma boa escolha para o longo prazo. Hoje, olhando para um horizonte de tempo mais longo, é importante separar os boatos dos fatos e, o mais importante de tudo, acompanhar o desenvolvimento em torno da criptomoeda”, explicou Lucas Josa, analista de ativos digitais do BTG Pactual.

Outras criptomoedas também poderiam ser integradas à rede social, criada pelo entusiasta do bitcon Jack Dorsey e agora comandada por Musk, que recebeu o investimento de US$ 500 milhões da corretora cripto Binance para realizar a compra da rede social.

“No entanto, devido ao fato de Elon ser um entusiasta de criptomoedas e devido a participação da Binance como participante no investimento de aquisição do Twitter, é possível que as criptomoedas passem a ser utilizadas de alguma forma na rede social nos próximos meses”, apontou Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset Management.

Críticas, multas e processos

Apesar de idolatrado por muitos, Elon Musk é criticado por investidores e especialistas em criptomoedas, que questionam se o magnata realmente pode se posicionar desta forma. Eles apontam que isso não seria saudável para o mercado como um todo.

"Em linhas gerais, uma publicação dele movimentar o mercado com tanta força não é só ruim, é perigoso, principalmente quando a interpretação de suas publicações desencadeia compra de ativos sem bons fundamentos, que são vistos pelo mercado como criptomoedas-meme, ou memecoins", afirmou Lucas Josa, analista de ativos digitais do BTG Pactual, em entrevista à EXAME.

Musk já enfrentou problemas por seu impacto no mercado de ações, chegando a receber uma multa de US$ 40 milhões. Quando o assunto é seu impacto no mercado cripto, um processo pode pesar ainda mais no bolso do homem mais rico do mundo, que continuou a defender a dogecoin mesmo após ser processado em US$ 258 bilhões, valor que ultrapassa toda a sua fortuna.

“Algumas pessoas acreditam inclusive, que as publicações recentes sobre a dogecoin sejam uma maneira encontrada por Elon Musk para inflar o preço da moeda e assim proporcionar a realização de lucro, que o ajudaria a pagar as despesas com a compra do Twitter”, apontou Ayron Ferreira, da Titanium Asset Management.

Aproveite todas as possibilidades do mundo crypto. A Mynt ajuda você a explorar o melhor do mercado com segurança e diversidade de criptomoedas. Clique aqui para abrir sua conta.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok  

 

 

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptoativosCriptomoedasElon MuskTwitter

Mais de Future of Money

Investir em empresas de computação quântica é como ter comprado bitcoin em 2016, diz CEO

Ministério da Defesa define tecnologia blockchain como "produto estratégico"

World: projeto de Sam Altman ultrapassa 100 mil brasileiros com "prova de humanidade"

Projeto cripto apoiado por Trump tem conexão com plataforma acusada de uso por terroristas