Edição de 2022 do Super Bowl terá apenas ingressos digitais e torcedores receberão NFTs (picture alliance/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 11h09.
O mercado de memorabilia esportiva é gigantesco nos EUA. Cards, fotos, ingressos antigos, miniaturas e outros itens ligados a eventos, personalidades e acontecimentos esportivos movimentam mais de 4 bilhões de dólares por ano no país (21 bilhões de reais). Em 2022, o Super Bowl, final do futebol americano e evento mais aguardado do ano nos EUA, vai adicionar um novo modelo de souvenir esportivo: os NFTs.
Os ingressos do Super Bowl, historicamente produzidos em papel, estão entre os itens mais desejados pelos colecionadores. Na sua edição de 2022, entretanto, os ingressos serão todos digitais pela primeira vez, com os torcedores utilizando seus smartphones para entrar no estádio. E para é para garantir que todos os presentes levem uma "lembrancinha" do jogo para casa, a NFL e a Ticketmaster anunciaram o lançamento dos NFTs.
Assim, a final marcada para 13 de fevereiro, entre Los Angeles Rams e Cincinatti Bengals, será a primeira na qual os torcedores presentes receberão uma versão em blockchain dos ingressos, na forma de um token não fungível. Os NFTs trarão as informações comuns do ingresso: seção, corredor e assento, além de dados da partida.
“Colecionar canhotos de ingressos sempre foi algo que nossos fãs adoraram fazer, especialmente para o maior jogo da temporada, e oferecer NFTs personalizados do Super Bowl nos permite aprimorar a experiência do dia do jogo, além de nos permitir avaliar ainda mais o ecossistema de NFTs para ingressos futuros e engajamento em eventos. oportunidades”, disse Bobby Gallo, vice-presidente sênior da NFL, em comunicado.
Relativamente raros, já que sua produção é limitada ao número de assentos no estádio e muitos dos presentes não guardam a sua entrada, os ingressos do Super Bowl são muito cobiçados no mercado de memorabilia esportiva. Como referência, os ingressos do Super Bowl 2017, marcado pela vitória histórica do New England Patriots sobre o Atlanta Falcons, que teve o recém-aposentado Tom Brady como protagonista, é negociado em sites especializados por mais de 10.000 reais.
Os NFTs, aliás, poderia ser os próprios ingressos, já que são únicos e, graças ao seu registro em blockchain, funciona como certificado de propriedade e é inalterável. Seu uso, entretanto, dependeria de que todos os torcedores tivessem uma carteira de criptoativos, algo ainda distante da realidade mesmo dos EUA, que é o país com maior mercado cripto do mundo.
Além dos NFTs dos ingressos, a NFl também vai lançar outros tokens não fungíveis com a temática da partida decisiva. Serão sete versões diferentes, que serão lançadas diariamente na semana anterior à disputa. Esses NFTs serão vendidos para quaisquer interessados, não sendo necessário ter ingressos para a partida.
Os NFTs não serão o único "braço" do mercado cripto no maior evento esportivo dos EUA no ano. As corretoras FTX e Crypto.com, por exemplo, compraram espaços nos intervalos da partida para anúncios - as propagandas nos intervalos do Super Bowl são famosas mundialmente, não apenas por atingir audiências gigantescas, mas por reunir marcas famosas, que fazem uma espécie de "batalha de comerciais" e, claro, pelo seu custo elevado.
Também se especula a "participação" de tokens da série Bored Ape Yacht Club (BAYC) no show musical do intervalo da partida, já que dois dos artistas confirmados - os rappers Eminem e Snoop Dogg - têm seus "macacos entediados" e podem decidir promovê-los durante o evento.
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