Leila Pereira: presidente do Palmeiras é a quinta mulher mais rica do Brasil (Alexandre Schneide/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 21 de setembro de 2023 às 19h03.
Última atualização em 21 de setembro de 2023 às 19h09.
A licitação aberta para concessão da Arena Barueri, na região metropolitana de São Paulo, foi vencida pela empresa Crefipar. Esta é uma das componentes do grupo Crefisa, que pertence a Leila Pereira, presidente do Palmeiras. A prefeitura do município decidiu transferir a gestão do estádio para a iniciativa privada, por conta dos altos custos.
Segundo o edital da licitação, o valor estimado do contrato é de cerca de R$ 514,9 milhões, e o prazo é válido por 35 anos. Conforme noticiado inicialmente pelo UOL, o grupo de Leila poderá explorar os direitos comerciais do estádio, assim como precisa investir na estrutura do local e em obras de modernização.
O alviverde também tem planos de utilizar a Arena em jogos nesta reta final de temporada, já que o Allianz Parque tem um vasto calendário de shows que o deixam indisponível. O clássico contra o Santos pelo Brasileirão, no dia 8 de outubro, será no local. Inclusive, há planos de instalação de um gramado sintético.
No entanto, a conquista da administração do estádio é mais um episódio que demonstra os objetivos comerciais da mandatária alviverde, para além do seu cargo no clube. Conselheiros, opositores e a própria torcida estão atentas a este conflito de interesses, pois Leila também é presidente da própria Crefisa e do Centro Universitário das Américas (FAM), ambas patrocinadoras da equipe paulista.
Leila Pereira divide o comando da instituição financeira voltada para empréstimos com José Roberto Lamacchia, fundador da empresa, e com quem ela é casada desde 1998. Empresária, banqueira, advogada e jornalista, ela realizou uma empreitada no mundo empresarial até assumir a presidência em 2008. Ela também participa da gestão de outras 11 empresas do grupo do marido.
A Crefisa patrocina o Palmeiras desde 2015, o que permitiu que Leila entrasse nos bastidores do alviverde. Além de patrocinadora e credora, ela passou a integrar o conselho deliberativo em 2017. O valor do patrocínio ao time chega a, pelo menos, R$ 80 milhões fixos por ano, podendo alcançar R$ 120 milhões de acordo com metas.
Leila foi a primeira mulher eleita presidente do Palmeiras, em novembro de 2021. Com mandato até 2024, a empresária tem desejo de continuar no comando do clube até 2027.
O Centro Universitário das Américas (FAM) é a outra empresa de Leila e Lamacchia que estampa a camisa do Palmeiras. Assim como na Crefisa, ela é presidente, cargo que assumiu após chegar ao topo da hierarquia da empresa financeira. Em 2015, o casal também fez a FAM se tornar patrocinadora do clube paulista.
Há algum tempo, Leila abriu a Placar Linhas Aéreas, empresa de fretamentos de voos para delegações esportivas. Este investimento ganhou grande destaque em janeiro, quando a presidente anunciou que compraria um avião para que o elenco palmeirense realizasse seus deslocamentos nacionais e internacionais, com uma logística facilitada.
A aeronave é do modelo Embraer E-190, com capacidade para 114 pessoas, e está emprestada, à disposição do Palmeiras. Seu custo total foi de cerca de US$ 74 milhões (R$ 352 milhões).
Apesar do preço, ela justificou que a economia com voos fretados compensaria no longo prazo. Como o avião pertence à Placar, também disse que o dinheiro estava saindo de suas próprias economias. Segundo a revista "Forbes", Leila Pereira é a quinta mulher mais rica do Brasil, com uma fortuna estimada em R$ 7,2 bilhões.