Barcelona adverte Nike e diz que pode produzir próprio uniforme
Clube catalão também está avaliando uma proposta da Puma
Redação Exame
Publicado em 12 de março de 2024 às 10h57.
Um importante contrato da Nike está em risco. O Barcelona, quarto maior time de futebol em termos de receitas, pode encerrar a parceria de 26 anos com a empresa norte-americana. As informações são do Business of Fashion.
Em entrevista a uma rádio da Catalunha no mês passado, o presidente do Barça, Joan Laporta, criticou o contrato atual com a Nike - que gera cerca de € 105 milhões (US$ 114 milhões) por temporada para o clube e vai até 2028.
"Temos algumas preocupações e uma situação que não é a que queríamos... a operação está se deteriorando, achamos que eles violaram o contrato", disse Laporta, acrescentando que a realidade do mercado, hoje, faria com que o clube recebesse "o dobro" da receita que recebe com a Nike.
O que causou ainda mais espanto foi o que o cartola falou em seguida: oBarcelona pensa em assumir a produção e a venda de seus uniformes. Isso daria ao clube controle total não apenas sobre o que seus jogadores vestem em campo, mas também sobre o enorme e extremamente lucrativo negócio de venda de réplicas de uniformes aos torcedores.Em vez de receber royalties da Nike, o Barça colheria a maior parte dos lucros de cada camisa.
Apesar dessa possibilidade inusitada, o time catalão segue conversando com outras empresas esportivas sobre possíveis acordos. O Barça está avaliando uma oferta da Puma, por exemplo.
A Forbes informou que a Puma está pronta para oferecer ao Barcelona um acordo histórico que renderia ao time espanhol €216 milhões por temporada, enquanto a New Balance também manifestou interesse numa parceria.
Alguns times menores fracassaram quando tentaram assumir as rédeas das operações de licenciamento e merchandising. Com o Barcelona, porém, a história pode ser diferente, já que estamos falando de um clube que tem mais de 125 milhões de seguidores no Instagram e que gerou um total de 179 milhões de euros (US$ 217 milhões) em receita de mercadorias (uma combinação de ganhos de seu contrato com a Nike e vendas de roupas produzidas pelo próprio clube) - a mais alta de qualquer time do mundo, de acordo com um relatório da UEFA do ano passado.
Se bem executado, o modelo de venda direta ao consumidor pode revolucionar a maneira como as equipes abordam seus negócios de varejo. Para os maiores times da Europa, as vendas de camisas e mercadorias representam uma grande oportunidade inexplorada, representando apenas 10% de suas receitas totais.