ESG

Summit ESG: como avançar com novas fontes para a economia verde

As parcerias entre iniciativa privada, academia e governo podem ajudar na aceleração do desenvolvimento e adoção de soluções para a descarbonização, apontam os especialistas

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 5 de julho de 2024 às 11h56.

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A transição energética traz a necessidade de inovação e o Brasil tem potencial de liderar essa revolução - tema fundamental na descarbonização.

Para discutir o tema, Rodrigo Caetano, editor de ESG da Exame, recebe Suzana Kahn Ribeiro, diretora da COPPE/UFRJ, Cristina Pinho, conselheira e presidente do Instituto Luisa Pinho Sartori, e José Renato Bruzalin, diretor de Desenvolvimento de Negócios Industriais e Serviços Energéticos Veolia.

O encontro faz parte do Summit ESG 2024, promovido pela Examea maior publicação de negócios do Brasil, O painel é uma das ações da agenda do “Mês do ESG 2024”.

Rodrigo Caetano, editor de ESG da Exame, recebe Suzana Kahn Ribeiro, diretora da COPPE/UFRJ, Cristina Pinho, conselheira e presidente do Instituto Luisa Pinho Sartori, e José Renato Bruzalin, diretor de Desenvolvimento de Negócios Industriais e Serviços Energéticos Veolia.

Suzana Kahn Ribeiro, da COPPE/UFRJ, Cristina Pinho, conselheira e presidente do Instituto Luisa Pinho Sartori, e José Renato Bruzalin, da Veolia, debatem sob a mediação de Rodrigo Caetano, da Exame (Reprodução)

Em um contexto que torna o tema da transição energética cada vez mais urgente, Bruzalin acredita que o Brasil se mantém em uma posição privilegiada, com cerca de 85% da matriz elétrica de origem renovável, com evolução esperada em 2026 para 95%.

"Olhando do ponto de vista das empresas, há um grande benefício", aponta o representante da Veolia. Mas o grande desafio da indústria está no fato de ainda usar fontes fósseis em seus processos, o que depende do aumento da adesão a novas tecnologias - muitas delas já disponíveis, como a biomassa e o biometano. "São fontes que devem ser buscadas para que haja a complementação em relação à descarbonização", completa o executivo.

Cristina aponta que o maior emissor do país é o desmatamento e o uso da terra, o que ressalta a importância da preservação da biodiversidade. "Se fala muito da preservação da floresta, mas deve-se falar de tudo, como da água, do solo, da riqueza que temos neste país", pontua.

Como conselheira de empresas do setor de óleo e gás, a presidente do Instituto Luisa Pinho Sartori acredita na importância de se levar para as discussões dos conselhos "essa riqueza que não podemos tomá-la como garantida, mas sim como responsabilidade. Essas empresas têm uma responsabilidade muito grande na sua cadeia, já que o transporte, depois do desmatamento, é o maior emissor do nosso país".

Portanto, aponta Cristina, este é um setor que precisa combinar o papel de garantidor da segurança energética do país, mas também descarbonizar a cadeia, com a ajuda da inovação, tecnologia, processos adequados e eficiência energética.

Parcerias

As soluções, segundo Bruzalin, devem levar em consideração a necessidade de customização. O executivo cita um projeto feito entre a Veolia e a Braskem, com o uso de biomassa. O trabalho a quatro mãos permitiu que se reduzisse o impacto no ecossistema. "É a grande diferença que precisamos pensar. A gente tem de fazer já, com uma atuação responsável, que leve em consideração os impactos".

Os avanços, na análise da diretora da COPPE/UFRJ, dependem de mais parcerias que incluam discussões entre governo, academia e setor privado. "Este modelo tripartite foi essencial nos países do pós-guerra, sobretudo nos EUA", cita. 

"É uma questão que vejo com enorme importância principalmente quando estamos discutindo sobre novas fontes de energia e descarbonização. Tem dados da própria Agência Internacional de Energia mostrando que cerca de 45% a 50%, ou seja, quase metade das soluções tecnológicas para descarbonização, para atingir limites administráveis de padrões climáticos ainda não escala comercial", detalha Suzana.

Para dar o salto do que é pesquisado na academia, acrescenta a especialista, é preciso que a iniciativa privada esteja junto.

Summit

O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e reúne debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.

Neste ano, foram realizados 22 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.

Além disso, em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país aconteceu no dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.

Acompanhe tudo sobre:Mês do ESG 2024

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