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Otimismo de Trump com drogas contra coronavírus desafia ciência

O presidente americano está animado com a eficácia das drogas, mas faltam evidências científicas

Donald Trump: presidente americano fez discursos inflamados sobre droga ainda a ser devidamente testada contra a Covid-19 (Drew Angerer/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 21 de março de 2020 às 10h35.

Última atualização em 21 de março de 2020 às 11h21.

O otimismo de Donald Trump , presidente dos Estados Unidos , em relação às drogas que podem ter efeitos positivos no tratamento para pessoas contagiadas pelo novo coronavírus , a cloroquina e a hidroxicloroquina, desafia a ciência. Os resultados de estudos em relação a esses medicamentos usados contra a malária ainda são preliminares e requerem mais estudos e uma série de testes clínicos antes da criação de remédios que combatam a Covid-19, que segue sem cura.

De acordo com o jornal americano The New York Times , durante um pronunciamento feito na última sexta-feira (20) pela Casa Braca, o Dr. Anthony S. Fauci, especialista e diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas , moderou o tom inflamado do discurso de Trump e deixou claro que as evidências em relação à eficácia das drogas usadas contra a malária para o tratamento dos contagiados pelo novo coronavírus ainda é fraca e preliminar.

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“O presidente está otimista sobre isso, tem sentimentos em relação a isso. Eu digo que pode funcionar”, afirmou Fauci, ao reforçar que é um cientista. O especialista ocupa o cargo no instituto de doenças infecciosas desde a gestão do ex-presidente Ronald Reagan, nos anos 1980.

Após o discurso de Trump, que reverberou globalmente, os estoques das farmácias de remédios feitos com as drogas cloroquina e hidroxicloroquina sumiram das farmácias. Os medicamentos são usados regularmente por pessoas que têm doenças como lúpus e artrite reumatoide.

Os medicamentos foram apontados como potencialmente eficazes contra a Covid-19 em estudos publicados por pesquisadores da China e da França. A Federal Drug Administration, uma agência americana análogo à Anvisa brasileira, também faz pesquisas com as drogas.

No Brasil, a Anvisa alertou para que as pessoas não comprassem o medicamento como uma solução para o novo coronavírus, uma vez que faltam estudos e testes antes da criação de medicamentos específicos para combater a Covid-19.

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