Ciência

É seguro pedir delivery em tempos de coronavírus?

Infectologista ensina quais procedimentos de higiene são necessários para garantir um ambiente livre do vírus

Explosão de vendas por e-commerce em consequência da pandemia impulsionar crescimento de startup  (Weera Thamoolles / EyeEm/Getty Images)

Explosão de vendas por e-commerce em consequência da pandemia impulsionar crescimento de startup (Weera Thamoolles / EyeEm/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 23 de março de 2020 às 18h14.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 18h23.

Um estudo publicado na última semana na revista científica "New England Journal of Medicine" afirma que o novo coronavírus consegue sobreviver dias em superfícies. O tempo varia de acordo com cada material.

O vírus pode sobreviver, por exemplo, três dias no plástico e no aço inoxidável e 24 horas no papelão. Desse modo, algumas medidas de segurança e higiene precisam ser reforçadas ao receber uma entrega de restaurante ou supermercado.

"É seguro pedir delivery, mas assim que o alimento ou produto entra em casa a embalagem precisa ser imediatamente descartada", diz a Dra. Raquel Muarrek, infectologista da Rede D’or. Segundo ela, a medida de higiene deveria ser realizada inclusive antes da pandemia.

Se a embalagem foi posta na pia da cozinha, por exemplo, o local também deve ser desinfectado.

O cuidado muda conforme o tipo de alimento. "A manipulação dos alimentos cozidos ou fritos são melhores para a diminuição de contágio do que os crus", diz. "Não se sabe como uma salada foi manipulada e se teve a desinfecção adequada".

Para priorizar a segurança dos clientes e dos entregadores, empresas como Rappi, iFood e Domino’s anunciaram a entrega sem contato, na qual o entregador deixa o produto, toma distância de pelo menos um metro e espera a retirada pelo cliente.

Para a Dra. Muarrek, a entrega sem contato não é necessária porque, de todo modo, o cliente e o entregador deve priorizar a higienização imediata das mãos com água e sabão ou com álcool gel.

"O importante é não levar as mãos ao rosto. O mesmo vale após encostar em maçanetas, elevadores e portões, por exemplo".

A pandemia de COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, impulsiona os serviços de entrega. A startup colombiana Rappi, que opera em 60 cidades, calcula aumento de 30% no número de pedidos na América Latina quando comparado aos dois primeiros meses de 2019.

O delivery é também uma saída para restaurantes como McDonald's e Burger King, que decidiram fechar seus salões. Para os clientes, a entrega em casa é também opção de isolamento social, visto que evita idas aos supermercados.

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