Novo jeito de recrutar muda perfil dos trainees do Boticário

São Paulo - O  Grupo Boticário saiu à caça de candidatos a trainee para selecionar sua mais recente turma de jovens talentos. Em vez de divulgar e abrir inscrições, a estratégia usada foi a de hunting, semelhante à usada pelos headhunters na hora de recrutar executivos.

A caçada começou em setembro de 2015 e terminou em novembro. Foram mais de mil jovens convidados a participar do processo seletivo, que oferecia 12 vagas. A seleção foi feita em dois meses.

“A técnica foi mais assertiva em relação ao perfil dos participantes, o que nos permite também perceber algumas mudanças”, diz Graziella D’Enfeldt, diretora de recursos humanos da empresa. Segundo ela, a mais marcante é em relação ao perfil dos aprovados.

De acordo com a diretora de RH, o novo jeito de recrutar permitiu que encontrar pessoas com valores parecidos aos do Grupo Boticário e com histórias de vida que permitiram o desenvolvimento de competências importantes para atuar na empresa. Por isso, o perfil da turma de trainees mudou.

Na comparação com os anos anteriores, a faixa etária média aumentou e hoje é de 25 anos. “As experiências pessoais, muitas vezes, fazem o candidato iniciar ou terminar a faculdade com mais idade”, diz Graziella.

Ela também informa que a turma de trainees tem mais mulheres (57%) do que homens e a maioria vem dos Sudeste, mais precisamente dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.

Em relação à formação, cursos de engenharia e administração foram os que aprovaram mais para trabalhar em áreas como marketing, pesquisa e desenvolvimento, supply chain, comercial, recursos humanos, entre outras, segundo Graziella.

Alcançar e manter um bom desempenho na faculdade é importante para entrar na mira do recrutamento da empresa, segundo ela. “O trainee do Grupo Boticário precisa ter alto potencial, ser questionador, otimista, inquieto e persistente”, diz Graziella.

Habilidades prévias de liderança e interesse em causas sociais ajudam a se destacar no processo e são medidas por meio do engajamento do jovem em atividades como, por exemplo, trabalho voluntário, hobbies curiosos, projetos de arte ou iniciativas esportivas, por exemplo.

Como é o programa

Nos três primeiros meses, o trainee se dedica a conhecer o modelo de negócio da empresa. “Visitam os sites, compreendem a atuação multicanal, conhecem áreas técnicas e estratégicas. O objetivo é que compreendam a atuação no varejo e indústria”, diz Graziella.

A primeira fase é chamada de imersão e após essa etapa, o trainee tem a missão de desenvolver um projeto estratégico e para isso recebe a orientação direta de um executivo. Mas não é a sua única entrega determinada, de acordo com a diretora de RH.

Até o fim do programa, que dura um ano e meio, o trainee assume a liderança de outros 2 ou até 3 projetos diferentes, multidisciplinares e integrados. O acompanhamento do seu trabalho é feito mensalmente por diretores do grupo, que são seus mentores no programa.

Durante todo o período os trainees também participam de treinamentos. No total, os trainees dedicam 40% dos 18 meses de contrato em formação continuada.