Dia do Empreendedor: executivos contam o maior desafio que enfrentaram na hora de empreender
Expandir o negócio, criar uma rede de relacionamento e gerenciar diversas áreas da empresa são alguns dos desafios. Veja outros conselhos e experiências de empresários brasileiros
Repórter
Publicado em 5 de outubro de 2023 às 13h42.
Última atualização em 5 de outubro de 2023 às 13h48.
Criar uma empresa do zero pode ser um caminho com vários desafios mesmo para quem é especialista no assunto. É preciso definir a identidade da marca, desenvolver produtos, conceitos e alinhar proposta para o público direcionado.
Neste Dia do Empreendedor, celebrado em 05 de outubro, conheça histórias de executivos e seus desafios na hora de empreender.
- Anvisa manda recolher lotes de Sidra Cereser sabor maçã; veja quais
- PIB do Reino Unido sobe 0,2% no 2º trimestre ante 1º trimestre, mostra pesquisa final
- Lançamentos da Netflix em outubro de 2023: veja os filmes e as séries
- O que entra na Netflix esta semana? Veja os filmes e as séries
- Conheça os feriados e datas comemorativas de outubro de 2023
- Japão tem mês de setembro mais quente desde o início dos registros
Prosperar e expandir o negócio
Igor Vendas, sócio fundador e COO de operações da Magnólia Papelaria, é um dos empresários que passou por alguns desafios quando decidiu empreender em seu negócio próprio.
“Os desafios sempre estão presentes, desde a contratação de mão de obra qualificada a gestão de estoque. No momento em que você tem uma empresa de varejo, você precisa acertar essa mão de compra e venda, para que seu fluxo de caixa esteja equilibrado,” afirma Vendas.
Outros desafios apresentados pelo empreendedor foram prosperar e expansão: “A contratação de mão de obra é a melhor maneira de um negócio prosperar, é crucial reconhecer os bons funcionários e manter a equipe engajada.”
“Já para expansão, desde o início, sabia que a Magnólia Papelaria era um negócio no ramo de franquias, por isso, em poucos meses, já havia ingressado no mercado”, afirma o executivo.
Apostar em algo maior, com pouco dinheiro
Casados, com dificuldades financeiras e um bebê de colo, Aline Médici e Rodrigo Nunes foram na contramão do que se convencionou procurar numa situação dessa e decidiram tirar o sonho do papel. Com apenas R$ 5 mil, valor que havia sobrado da venda do carro que fizeram para pagar uma dívida, criaram a Ad Clinic.
Com o tempo, a rede conquistou uma cartela de clientes e contam com mais de 100 operações espalhadas pelas principais cidades e capitais do Brasil, mas para conseguir tudo isso, enfrentaram desafios ao longo do percurso.
“Nosso maior desafio foi a dor do crescimento, em que vendemos muitas franquias e tivemos que lidar com as mudanças e novos obstáculos. Saímos de donos de clínicas de estética para empresários responsáveis por várias franquias”, afirma Médici.
O casal conta que para passar pelos desafios foi necessária muita resiliência e ajuda das melhores mentorias e consultorias do Brasil. “Para tornar o processo mais fácil, buscamos por capacitação e aperfeiçoamento”, afirma Nunes.
Construir uma rede de relacionamento com habilidades diversas
Com mais de 15 anos de experiência em consultoria corporativa, Guilherme Mauri, CEO da Minha Quitandinha, startup de tecnologia em varejo que atua no modelo de franquia de minimercado autônomo, ressalta os desafios enfrentados para construir uma rede de relacionamento que fortaleça o negócio.
“Percebi que, para fazer a minha ideia crescer, era necessário priorizar a expertise de cada área, otimizando recursos para proporcionar essa evolução e focar na essência do empreendimento,” diz o executivo.
Esse investimento em pessoas com habilidades diversas é visto na própria composição da empresa, que conta com três empreendedores, que englobam conhecimentos na área de TI e franquias para gerenciar o negócio.
“Temos skills diferentes e complementares que ajudam demais neste desenvolvimento e, ainda assim, usamos muito a nossa rede de relacionamento para trazer especialistas para cada assunto,” afirma Mauri.
Falta da cultura empreendedora
Gabriel Farrel, CEO e fundador da Borda e Lenha, tinha 21 anos quando deixou a faculdade de engenharia ambiental para se dedicar à primeira rede fast-pizza do Brasil. Para ele, o maior desafio foi o início da carreira, devido à falta de cultura empreendedora no Brasil.
“Até pouco tempo, o símbolo de sucesso no nosso país era diretamente relacionado a se formar em uma faculdade pública e entrar no mercado de trabalho, preferencialmente por meio de uma multinacional, de modo que hoje, as pessoas são céticas em relação ao pequeno empreendedor e dificilmente apoiam quem decide seguir esse caminho”, afirma Farrel.
O começo da jornada empreendedora é uma fase em que se necessita de apoio e, muitas vezes, aprovação, segundo o executivo.
“No início, a empresa não tem credibilidade e nem histórico de operação para prospectar novos clientes e por isso a ajuda das pessoas que estão à nossa volta é primordial, seja para a contratação de serviço ou recomendação,” diz o executivo.
Acompanhar as mudanças do mercado
Uma dose de ousadia de Ronaldo Godoi, e outra de confiança por parte de Ellen Fernandes, levaram o casal a criar a Red Fitness, uma rede de academia de São Paulo. Durante a pandemia, a rede dobrou o número de unidades, passando de duas para quatro operações próprias, além de formatar o modelo de negócio visando a expansão pelo franchising em 2022. Atualmente, a Red Fitness conta com mais três unidades em fase de implantação.
“O segredo dessa empreitada foi apostar na preparação para o momento de retomada com a diminuição das restrições”, diz Ronaldo.
“No mundo do empreendedorismo, é importante sempre acompanhar as mudanças no mercado. Conseguimos superar um dos piores momentos da história atual, além da instabilidade do cenário econômico do Brasil. Nosso plano agora é replicar por meio do franchising e para os próximos quatro anos, a meta é chegar ao total de 70 academias e 140 mil alunos”, afirma Ellen.
Atualizar o negócio com as novas tecnologias
Foi estudando por conta própria e implementando inovações por onde passava que Gustavo Ferro fundou Grão de Gente , marca especializada em produtos para bebê e primeira infância.
Ferro foi aprendendo sozinho a desenvolver programas no computador e a usar diversas ferramentas, como HTML, Photoshop e Flash. Criou sua própria agência de marketing e durante 10 anos atendeu diferentes segmentos do mercado e trouxe soluções inovadoras para cada um.
Por uma questão de logística e facilidade na operação, criou uma e-commerce de produtos de cama, mesa e banho. O inevitável, portanto, aconteceu: esse “braço curioso” da agência prosperou demais e, em seis meses, foi vendida para um investidor.
Empolgado com o resultado, decidiu criar outro, desta focando no nicho para bebê, um segmento que havia se destacado nesta primeira loja virtual. Nascia então a Grão de Gente. No início, a empresa operava com conceito de drop shipping, ou seja, vendia a partir da imagem dos produtos de fábricas, depois comprava e entregava para o consumidor. A partir de 2015 a empresa passou a desenhar e fabricar os próprios produtos.
Os desafios acabam sendo parecidos, mas vão tomando proporções diferentes de acordo com o tamanho da empresa, segundo o executivo: “Os maiores estão na manutenção da cadeia produtiva e qualidade, na padronização dos processos e dos produtos e na logística.”
“É importante sempre estar atualizado com as novas tecnologias, sempre pensando em inovar para otimizar toda a cadeia e atender melhor o cliente”, afirma Gustavo.
Gerenciar diferentes áreas da empresa
Sylvia de Moraes Barros, CEO da The Kids Club, empreendeu em uma rede de microfranquias de escola de inglês para crianças de 18 meses a 12 anos, e para ela é desafiador ter que entender e gerenciar as diversas áreas da empresa.
“Mesmo tendo colaboradores responsáveis por cada setor, um pequeno/médio empreendedor tem que supervisionar tudo,” diz a executiva.
Sylvia ainda reforça que além de dominar bem o seu produto, um empreender tem que entender de finanças, RH, marketing, relacionamento com o franqueado, etc.
“É por isso que o apoio de associações no relacionamento com pares e eventos setorizados é muito importante,” afirma Barros.
Ter um bom relacionamento com os bancos
Pedro Paixão, CEO da Ultra Cursos, rede de escolas de ensino profissionalizante, afirma que ao iniciar sua vida no empreendedorismo encontrou dificuldades em conseguir crédito acessível para investir em seu negócio. Deste então, Pedro entendeu que o relacionamento com os bancos é algo que todo empreendedor precisa se preocupar.
“Em algum momento você precisará de crédito para expandir seus negócios, para capital de giro, para comprar mercadorias ou para investir em alguma nova estratégia. E para conseguir boas linhas de crédito a boas taxas de juros e prazos, um bom relacionamento com as credoras é imprescindível,” diz o executivo.
Construir processos
Aos 29 anos, após voltar de um intercâmbio em San Diego, nos Estados Unidos, Henrique Galvani decidiu intraempreender no Grupo BLB Brasil e criar a Arara Seed, primeira plataforma de equity crowdfunding em startups do agronegócio. Para ele, o maior desafio foi a transição do modelo de gestão e a construção de processos.
“Quando criei a Arara Seed, entendi que empreender é transpirar 90% do tempo, porque ao mesmo tempo que você tem que estar atento ao caixa da empresa e aos clientes, você também precisa cuidar de ativos que vão guiar o futuro do negócio, que são pessoas e culturas", afirma Galvani.
Estreitar relação com grandes players do mercado
Em 2011, Leandro Souza, ao lado do amigo e sócio Bruno Gorodicht, inaugurou a primeira unidade do Espetto Carioca, rede de bares e restaurantes, que mais tarde abriu caminhos para a abertura do grupo Impettus, que detém também as marcas Mané, Bendito e Buteco Seu Rufino.
Segundo o executivo, entre os principais desafios que teve no início da jornada empreendedora estão os processos logísticos do negócio.
“O maior desafio que enfrentei ao empreender foi a profissionalização do setor. Quando começamos, tínhamos muita dificuldade principalmente na questão logística, com fornecedores e parceiros. Para corrigir isso, começamos a estreitar relação com grandes players do mercado, até porque nossa meta era também nos tornarmos um player,” afirma Souza.
Outro desafio que o executivo compartilha é saber lidar com o medo e receio de sair do mercado CLT para se tornar empresário em um negócio de alta competitividade, que é o mercado de alimentação.
LEIA MAIS:
Dia do Empreendedor: 22 franquias baratas a partir de R$ 4.520 para quem está começando