A Geração Alpha representa aqueles nascidos a partir de 2012 (ThinkStock/Thinkstock)
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Publicado em 29 de junho de 2023 às 21h15.
Por Renan Conde*
A Geração Alpha, também conhecida por Gen A ou nativos digitais, composta por indivíduos nascidos a partir de 2010, nasceu e está crescendo imersa na tecnologia e nas mídias digitais. Daqui a uns cinco anos, quando começarem a ingressar no mercado de trabalho, se as tendências que vemos hoje continuarem a serem aplicadas, provavelmente eles encontrarão um cenário marcado por rápidas transformações e que demandarão habilidades e competências únicas. Como quando as gerações anteriores recomendavam à minha cursos de datilografia, para aprendermos a digitar rápido e sem precisar olhar para o teclado, mas que, na verdade, foi um processo bastante natural para os Millenials que viveram o início da tecnologia e a popularização dos computadores pessoais.
E para os nativos digitais não faltam características marcantes como o imediatismo e perfil questionador, que poderá ser um desafio para a força empregadora que não souber se adaptar e manter esses talentos engajados. Ainda sobre o perfil, embora a tecnologia seja um fator central, as competências socioemocionais como flexibilidade, criatividade, aprendizado contínuo e o engajamento social, serão essenciais para o sucesso profissional. À medida que essa geração assume papéis no mercado de trabalho, é fundamental serem fornecidos os recursos e o suporte necessário para poderem enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades.
A seguir trarei algumas reflexões e análises sobre quais habilidades e competências serão essenciais para uma jornada de sucesso.
A Gen A nasceu em uma era de avanços tecnológicos sem precedentes, como já citamos. São pessoas que, desde cedo, têm familiaridade com smartphones, tablets, assistentes virtuais e uma infinidade de aplicativos. Eles não têm nenhuma dificuldade de acessar um buscador para pesquisar algo que os tenha deixado curiosos. Essa habilidade tecnológica será um grande diferencial no mercado de trabalho: a capacidade de se adaptar rapidamente a novas tecnologias, bem como de aproveitar seu potencial para inovação, que será cada vez mais valorizado pelas empresas.
As habilidades socioemocionais nunca perderão a relevância, principalmente porque o convívio em sociedade e dentro de determinadas funções demandam isso, mas se existem consequências negativas da hiperconectividade da Geração Alpha, certamente são elas a irritabilidade, agressividade, o déficit de atenção e os atrasos cognitivos de aprendizagem. No livro Generation Alpha: understanding our children and helping them thrive (“Geração Alpha: entendendo nossos filhos e ajudando-os a prosperar”, em tradução livre), McCrindle e Fell explicam que os pequenos precisarão desenvolver competências como inteligência emocional, trabalho em equipe e comunicação efetiva. Esses atributos ajudarão futuramente a superar os desafios inter e intrapessoais que surgem no ambiente de trabalho, bem como para se adaptar às mudanças constantes e estabelecer relacionamentos profissionais sólidos.
O mercado de trabalho será caracterizado por uma grande volatilidade e incerteza. Para se destacar nesse ambiente, será essencial desenvolver flexibilidade e resiliência. A capacidade de se adaptar a novas situações, lidar com ambiguidades e aprender com os erros será crucial. Aqueles que conseguirem se reinventar quando necessário terão mais chances de se destacar e prosperar em suas carreiras.
Impulsionados pelo ambiente tecnológico, os nativos digitais são conhecidos pelo pensamento criativo e capacidade de resolver problemas de forma inovadora, que serão habilidades altamente valorizadas. Diante dos desafios complexos e em constante evolução, a capacidade de pensar fora da caixa, encontrar soluções criativas e aplicar conhecimentos interdisciplinares será um diferencial importante dos trabalhadores.
A velocidade das mudanças no campo profissional exigirá que os Alphas estejam dispostos a aprender continuamente. A capacidade de adquirir novos conhecimentos e habilidades será crucial para se manter relevante. Além disso, a busca ativa pelo aprendizado e o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento serão essenciais para acompanhar as demandas do mercado e se adaptar às novas tecnologias e práticas profissionais.
As pessoas dessa geração têm forte senso de justiça social e preocupação com questões ambientais. Esses valores serão refletidos no mercado de trabalho, que demandará profissionais engajados nestas causas. As empresas já estão buscando aplicar processos mais sustentáveis e socialmente responsáveis, mas no futuro todas elas precisarão ter práticas ESG, tanto para conquistar a força de trabalho, como para atender os clientes.
O futuro da mão de obra será moldado pela próxima geração e cabe a nós não só apoiarmos, mas também criar incentivos para seu crescimento e desenvolvimento, visando a construção de um mundo profissional mais inovador, inclusivo e sustentável.
*Renan Conde é diretor Américas da Factorial e especialista no desenvolvimento de negócios internacionais há mais de 10 anos.
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