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O que é o Movimento Give Back e a Pirâmide de Maslow? E o que os dois têm a ver com mentorias?  

Conceitos explicam como a tendência de mentorias nas empresas pode ter se popularizado. Confira o artigo de Cecília Ivanisk

"Obviamente, há muitas barreiras a serem derrubadas antes de se chegar ao topo da pirâmide de Maslow" (VAWiley/Getty Images)

"Obviamente, há muitas barreiras a serem derrubadas antes de se chegar ao topo da pirâmide de Maslow" (VAWiley/Getty Images)

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Publicado em 6 de agosto de 2024 às 15h00.

Por Cecília Ivanisk, fundadora da Learn to Fly

Todos já devem ter ouvido falar na Pirâmide de Maslow. Maslow foi um psicólogo americano, conhecido por desenvolver a "Teoria da Hierarquia das Necessidades", ou "Pirâmide de Maslow". Ele propõe que as necessidades humanas são organizadas em uma hierarquia, com as mais básicas na base e as mais elevadas no topo, e que as pessoas devem satisfazer cada nível de necessidade antes de passar para o próximo até chegar à última necessidade.

O que talvez muitos não saibam é que essa pirâmide foi atualizada por ele na década de 70, pouco antes de sua morte. Ao invés dos 5 níveis de necessidades da primeira versão (fisiológicas, segurança, amor & pertencimento, (auto estima e autorrealização), Maslow adicionou mais 3 níveis, sendo que no topo da pirâmide agora temos a necessidade de transcendência.

Esta atualização reflete a visão de Maslow de que a autorrealização não é o fim da jornada de desenvolvimento humano. Há um nível adicional de crescimento focado na conexão e no bem-estar dos outros e na busca de um propósito maior na vida. Ela reconhece as complexidades e nuances das motivações humanas, refletindo que as pessoas buscam não apenas a realização pessoal, mas também se conectar e contribuir para algo maior que elas mesmas.

O que é o Movimento Give Back

A necessidade humana de transcendência, apesar de ter sido incluída por Maslow em suas últimas revisões, sempre existiu e é a base do Movimento Give Back. Ele prega dar de volta aquilo que foi recebido, ou de forma mais ampla, retribuir à sociedade um pouco do que lhe foi dado durante a vida. Esse movimento não possui uma origem específica ou uma data de fundação formal; é uma filosofia praticada há milênios, principalmente nas culturas orientais

Obviamente, há muitas barreiras a serem derrubadas antes de se chegar ao topo da pirâmide de Maslow, onde está a necessidade de transcendência. Infelizmente, as barreiras são maiores ou menores de acordo com fatores como a renda da sua família de origem ou a cor da sua pele, e mais adiante também, as suas habilidades socioemocionais de relacionamento, autoestima e autorrealização. Estas envolvem ainda muitas outras, como resiliência, paixão pelo aprendizado, entre outras. 

A teoria de Maslow é tão perfeita que coloca a necessidade de transcender e retribuir ao próximo no topo da pirâmide, pois só se pode dar aquilo que se recebeu ao longo da sua jornada de evolução. Via de regra, só se pode dar aquilo que se tem.

Dar de volta e evoluir junto: a potência da mentoria no desenvolvimento pessoal e profissional

E o que de mais precioso podemos dar ao outro? Talvez as moedas mais valiosas hoje em dia sejam o nosso tempo e o nosso conhecimento (adquirido pela experiência). Não só o mais precioso para nós, mas também o que gera um maior impacto na evolução das pessoas ao nosso redor.

Isso explica a tendência global da adoção dos processos de mentoria dentro das empresas, onde mentores e mentorados têm a oportunidade de estreitar relações, se colocar vulneráveis, partilhar conquistas, sonhos e fracassos, e se transformar juntos. 

Já pensou que sonho seria se todas as empresas criassem uma filosofia de liderança centrada no outro, e não apenas no crescimento individual e na geração de lucro? Líderes costumam ser escolhidos pela excelência em seu trabalho técnico, mas se quiserem se destacar de verdade, criar ambientes cooperativos e com alto índice de engajamento, terão que melhorar como seres humanos. E isso pode mudar toda a forma como nos relacionamos e nos entendemos como sociedade.

Os impactos são comprovados

Números da consultoria internacional Gartner mostram que mentorados e mentores têm probabilidade de 5 a 6 vezes maior de serem promovidos em relação às pessoas que não vivenciaram o processo. Já uma pesquisa da CNBC com a Survey Monkey Workplace Happiness apontou que 90% das pessoas mentoradas se sentem mais felizes em suas carreiras.

Então, se você anda perdendo noites de sono ou se perguntando sobre o que genuinamente te move ou faria seus olhos brilharem novamente, talvez você já tenha chegado ao topo da pirâmide e esteja precisando apenas transcender. 

Te convido a fazer parte do Movimento Give Back e retribuir ao mundo um pouco do que lhe foi dado até aqui. Isso não só fará um enorme bem ao outro, mas certamente te trará um sentimento de realização pessoal que talvez você jamais tenha experimentado. 

Será, se tudo der certo, um caminho sem volta.

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