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Como a tecnologia, a inovação e novas políticas monetárias globais transformam o mercado de câmbio

CEO fala sobre a influência da tecnologia no desenvolvimento do mercado de câmbio moderno

"O mercado de câmbio deixou de ser só terreno para empresas de comércio exterior (Comex) ou investidores e despertou interesse até dos mais leigos" (Luis Alvarez/Getty Images)

"O mercado de câmbio deixou de ser só terreno para empresas de comércio exterior (Comex) ou investidores e despertou interesse até dos mais leigos" (Luis Alvarez/Getty Images)

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Publicado em 1 de novembro de 2023 às 08h00.

*Por Heber Cardoso

Nos últimos anos, o mercado brasileiro de câmbio tem passado por mudanças importantes, que são reflexos diretos da condução de política monetária mundial, atreladas a eventos geopolíticos, mas também da influência do comportamento das novas gerações, sendo nominalmente uma adaptação à era digital. O fruto desse combo pode ser observado no novo marco cambial que entrou em vigor em dezembro de 2022, regulamentando – e simplificando – as movimentações de empresas e pessoas físicas na hora de comprar moedas ou realizar transferências internacionais.

O mercado de câmbio deixou de ser só terreno para empresas de comércio exterior (Comex) ou investidores e despertou interesse até dos mais leigos, que antes só pensavam no assunto quando estavam prestes a viajar ao exterior, por exemplo. Hoje, a população acompanha a variação cambial e busca saber como isso implica no seu bolso, com muito mais frequência do que se podia notar antes. O que, evidentemente, também é fruto de uma mudança comportamental, além de ser um resquício da Covid-19, que implicou na adoção de medidas econômicas que culminaram no cenário atual de inflação mundial e taxas de juros altíssimas. E, obviamente, não é só isso.

O advento do 5G, num mundo cada vez mais digitalmente conectado, alterou o comportamento das gerações e fez proliferar aplicativos móveis para tudo quanto é finalidade, incluindo transações financeiras de várias naturezas, desde os pagamentos rotineiros até os cambiais. Dados de uma análise da consultoria PwC, por meio de sua divisão de estratégia, a Strategy&, corroboram com essa percepção e apontam que os volumes globais de pagamentos digitais deverão aumentar em mais de 80% até 2025, com as transações atingindo a casa do trilhão, anualmente. Reflexos do surgimento de super aplicativos, em meio aos serviços de open banking, bem como pagamentos instantâneos como o PIX e transações de baixo custo.

O avanço tecnológico no mercado de câmbio

Olhando para essa trilha, é natural perceber que isso, certamente, também representa uma revolução para o mercado de câmbio. E assim, os provedores desses serviços precisam investir – tempo, conhecimento e recursos financeiros – para garantir estruturas transparentes, ágeis e seguras, além de dominar o universo big data, Inteligência Artificial e Machine Learning para escalar sua operação a nível mundial e corresponder aos anseios de uma nova sociedade. Logo, é preciso ser mais do que um expert financeiro nesse segmento. Quem não estiver atento a isso, ficará para trás.

As fintechs e bancos digitais estão desempenhando um papel fundamental nessa transição, em especial no segmento de câmbio, sobretudo no Brasil, entregando plataformas online capazes de eliminar intermediários tradicionais para que cidadãos comuns possam operar – intuitivamente – suas trocas de moedas, independente da finalidade.  Na palma da mão e com poucos cliques, os brasileiros já podem comprar dólares, euro, libras e outras tantas moedas estrangeiras. Algo que há pouco tempo dependia do auxílio de especialistas e idas em casas de câmbio, que desencorajavam os que entendiam menos dessa dinâmica.

A tecnologia atrelada ao novo jeito de viver, também é responsável pelo desenvolvimento de sistemas de pagamentos instantâneos, como o Pix, que no Brasil se tornou o principal instrumento do mercado econômico-financeiro, respondendo por 29% de todas as movimentações realizadas em 2022, de acordo com o Banco Central. A adoção do método no mercado de câmbio tratou de ressignificar o processo de compra, venda e troca de moedas estrangeiras, e a transferência de valores entre fronteiras tornou-se muito mais eficiente, rápida, segura e cômoda. Isto significa um avanço e tanto, pensando que em um passado recente, os processos de pagamentos – principalmente os internacionais – eram demorados e caros, ainda ‘manchados’ pelos riscos relacionados à segurança e a falta de acessibilidade ao serviço, restrito àqueles que movimentavam grandes volumes.

Talvez, algo que seja fundamental dizer é que nesta era, a modernidade e o novo jeito de viver vão impor prêmios cada vez mais elevados à experiência do usuário. Desta forma, forçará fintechs e instituições financeiras de todos os portes a implantarem tecnologias capazes de transformar estruturas de programação complexas em aplicativos comerciais e intuitivos, que atendam as necessidades de brasileiros, na hora de realizar quaisquer operações, inclusive  de câmbio – o assunto do momento nos últimos 12 meses, no ambiente doméstico ou empresarial, segundo plataforma do Google que mostra os termos mais populares ou buscados com frequência em determinados períodos.

*Heber Cardoso é CEO do Grupo Braza, banco de câmbio

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