Vacina da Sinovac é 98% eficaz e aplicação começa em dezembro, diz Doria
De acordo com o governo de São Paulo, nesta primeira etapa de vacinação contra a covid-19 serão disponibilizadas 46 milhões de doses
Carolina Riveira
Publicado em 9 de setembro de 2020 às 13h45.
Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 14h43.
Os testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, junto com o Instituto Butantan em São Paulo , mostraram que ela tem uma eficácia de 98% no grupo de voluntários acima de 60 anos. Os resultados preliminares foram apresentados pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e pelo presidente do Butantan, Dimas Covas, nesta quarta-feira, 9.
Dos 9.000 voluntários que vão passar pela fase de testes no Brasil, 4.000 já receberam a primeira dose — ela tem duas doses, com a segunda aplicada 14 dias após a primeira. Deste total, 421 voluntários são idosos. A previsão é que até o fim de setembro todos os voluntários tenham passado pelos testes.
Os resultados foram divulgados um dia depois do anúncio de interrupção na fase de testes em todo o mundo da vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela universidade de Oxford. Apesar de ser um processo natural e de precaução na produção de imunizantes, pode comprometer os prazos e postergar o início da vacinação.
No caso da vacina do laboratório chinês, o governo de São Paulo prevê terminar a fase de testes até o dia 15 de outubro.
"Aí ela pode ter o registro da Anvisa e disponibilizada. Em dezembro teremos 46 milhões de doses, disponíveis para o Ministério da Saúde. Muita gente me conhece e sabe que esta perspectiva é realista", disse o presidente do Butantan, Dimas Covas, também na coletiva de imprensa.
Construção de fábrica ainda depende do Ministério da Saúde
O governo de São Paulo pretende construir uma fábrica com capacidade de produzir 120 milhões de doses da vacina. Parte do investimento — 160 milhões de reais — vem da iniciativa privada. Outra parte do dinheiro — perto de 2 bilhões de reais — ainda depende do Ministério da Saúde.
"Se o Ministério da Saúde oferecer recursos para garantir a importação da vacina, assim o fará. Havendo disposição, uma visão republicana, a Coronavac poderá suprir o atendimento a milhões de brasileiros", disse o governador João Doria.