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Alunos de Letras da USP recebem e-mail com ameaça terrorista

Direção do departamento informou que foram tomadas providências em relação à ameaça e que aulas não serão suspensas

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (Creative Commons/USP Imagens/Divulgação)

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (Creative Commons/USP Imagens/Divulgação)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 17h51.

Última atualização em 5 de dezembro de 2017 às 09h44.

São Paulo - A seção dos alunos de Letras da Universidade de São Paulo recebeu um e-mail com ameaças de teor terrorista. EXAME teve acesso ao e-mail com as ameaças.

Na mensagem, um homem afirma que apareceria hoje "com uma touca preta ninja e duas pistolas 9mm" e que entraria "atirando para matar o maior número de viados, travestis, esquerdistas e feministas" que conseguisse.

Em comunicado aos alunos, a coordenação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) informou que relatou o episódio imediatamente à Superintendência de Segurança da universidade, que acionou as autoridades policiais.

Segundo a USP, o autor da mensagem já foi identificado e as providências foram tomadas para "garantir o funcionamento normal de todas as atividades acadêmicas".

A Secretaria de Segurança Pública informou que o suspeito, um rapaz de 24 anos, foi detido para prestar depoimento.

Contexto

Na última sexta-feira, Victor Emanuel Vilela Barbuy daria uma palestra na universidade. Ele é líder de uma frente integralista, um movimento conservador que surgiu no Brasil na época da Segunda Guerra com ecos nazistas (de cunho patriótico, nacionalista e religioso).

Um vídeo do coletivo Jornalistas Livres mostra que manifestantes entraram na sala, protestando contra a fala de Barbuy, e o veículo informa que ele foi expulso do local depois de uma troca de agressões:

 

No e-mail que circulou com as ameaças, a pessoa pergunta "Vocês acham que são machões, não é? Juntaram 12 para bater em um jovem do movimento integralista?"; e depois seguem as ameças de chegar com uma pistola comprada na favela que há ao lado da USP.

O homem diz, ainda, que antes disso iria jogar ácido sulfúrico na cara de de uma funcionária do departamento de Letras. Ele termina o texto dizendo que iria cometer suicídio, "rumando para o paraíso onde encontrarei as minhas 70 virgens".

A mensagem ainda finaliza jurando "lealdado ao Estado Islâmico e ao Califa Al-Baghdadi".

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