Redatora
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 11h07.
A passagem de um ciclone extratropical pelo sul do Brasil provocou chuvas intensas e ventos fortes em várias regiões, sobretudo no Centro-Sul. O fenômeno, classificado por meteorologistas como de "altíssimo risco", gerou transtornos, danos estruturais e três mortes registradas em Palhoça, Santa Catarina, onde o acumulado de chuva superou 137 mm em 24 horas, segundo o MetSul.
O satélite meteorológico GOES-19, operado pela Nasa e pela NOAA, registrou imagens que mostram a formação completa do ciclone vista do espaço. As imagens destacam a extensão do sistema atmosférico sobre a Região Sul, enquanto áreas periféricas - como o Estado de São Paulo - também enfrentam ventos fortes e instabilidade.
Ventania no Brasil vista do espaço
Em São Paulo, rajadas associadas à borda do ciclone atingiram diversos municípios, causando quedas de árvores, destelhamentos e alagamentos. A concessionária Enel informou que cerca 1,5 milhão de pessoas da Região Metropolitana estavam sem energia na manhã desta quinta-feira, 11.
Somente na capital paulista, a Defesa Civil registrou mais de 514 atendimentos para quedas de árvores. Como medida preventiva, todos os parques municipais foram fechados temporariamente para reduzir riscos à população durante os períodos de vento intenso.
Climatologistas consultados pela BBC afirmam que ciclones extratropicais são comuns no hemisfério sul nesta época do ano, mas a intensidade observada está alinhada a tendências associadas ao aquecimento global. José Marengo, coordenador do Cemaden, explica que eventos mais fortes têm se tornado recorrentes, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo.
O Brasil registrou episódios semelhantes nos últimos anos. Em novembro, um ciclone resultou na formação de um tornado que atingiu o Paraná, destruindo 90% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu, com ventos que chegaram a 250 km/h. Seis pessoas morreram e mais de mil moradores ficaram desalojados.