Doria comemora alta em isolamento e desiste de endurecer quarentena
Em busca de 70% de isolamento social, estado cogitava endurecer as regras de quarentena para evitar sobrecarga no sistema de saúde
Felipe Giacomelli
Publicado em 13 de abril de 2020 às 06h48.
Última atualização em 13 de abril de 2020 às 13h57.
As estratégias de combate à covid-19 no estado de São Paulo poderiam ser endurecidas nesta segunda-feira, 13. Ao longo da semana passada, apenas cerca de 50% da população paulista estava reclusa. O mesmo percentual foi verificado, na média, no restante do país, segundo dados da startup de geolocalização In Loco. O governo estadual monitora de perto a situação de 49 cidades paulistas.
Além disso, na semana passada, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) , tinha prometido tomar medidas mais rigorosas caso a adesão popular ao isolamento não tenha aumentado espontaneamente durante o fim de semana. Afinal, de acordo com o governo estadual, é preciso alcançar o índice de 70% de isolamento social para que o sistema de saúde dê conta de atender os pacientes que serão infectados pela covid-19.
Mas, em entrevista realizada nesta segunda, Doria comemorou a adesão de 59% de isolamento social atingida no domingo e disse que não tem intenção de restringir os direitos dos cidadãos.
"O esforço que fizemos no final da última semana do governo do Estado de São Paulo e das prefeituras que compõem os 645 municípios do Estado de São Paulo deu certo. Subimos de 47% para 59% o isolamento social", disse o governador.
"Quero agradecer mais uma vez o gesto dos brasileiros de São Paulo que atenderam àquela convocação que fizemos na quinta-feira da semana passada para que nós pudéssemos melhorar esse índice, não tendo que tomar atitudes mais duras, como não temos que adotar porque a resposta foi positiva. Esse foi o nosso compromisso e estamos cumprindo", disse.
Com quarentena prolongada até 22 de abril, Doria tem sido alvo de protestos. Na tarde de sábado, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro saíram em carreata pela capital paulista para protestar contra as determinações do governador de São Paulo.
O estado é o que concentra o maior número de casos no país. Já foram registrados 8.755 casos e 588 mortes em São Paulo. No Brasil, o número total de contaminados chegou a 22.169 no domingo. As mortes somam 1.223.
(Com informações de Reuters)
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