Onyx e Leite: Rio Grande do Sul nunca reelegeu um governador desde a redemocratização. (Onyx: Romério Cunha / Divulgação / Leite: Tiago Coelho/Bloomberg via Getty Images/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 16 de junho de 2022 às 12h46.
Última atualização em 16 de junho de 2022 às 16h12.
A quatro meses da eleição, a disputa ao governo do Rio Grande do Sul traz uma indefinição de quem estaria no primeiro lugar de um eventual primeiro turno. De acordo com a pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA divulgada nesta quinta-feira, 16, o ex-ministro e deputado federal Onyx Lorenzoni (PL) aparece com 25% das intenções de voto, seguido do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), com 20%.
Os números são de uma pergunta estimulada, em que os nomes são apresentados previamente aos entrevistados. Considerando a margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, o cenário é de empate.
A mesma situação ocorre com Beto Albuquerque (PSB) e Edegar Pretto (PT). Os dois têm 11% das intenções de voto dos gaúchos. Luiz Carlos Heinze (PP) tem 7%, Pedro Ruas (PSOL), 5%, e Roberto Argenta (PSC), 2%. Brancos e nulos somam 10%, mesmo números do que dizem que ainda não sabem.
Para a pesquisa, foram ouvidas 1.000 pessoas do estado do Rio Grande do Sul entre os dias 10 e 15 de junho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número RS-04825/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Leia o relatório completo.
Vale ressaltar que, enquanto a pesquisa foi feita, o ex-governador Eduardo Leite confirmou, na segunda-feira, 13, que concorrerá à reeleição. Ele renunciou ao cargo no fim de março com a intenção de ser o escolhido do PSDB para disputar a Presidência. Na ocasião, ele não falou exatamente qual seria seu caminho e qual posto pretendia se candidatar em 2022. Afirmou ainda que "todas as possibilidades" estavam em aberto, e não descartou brigar pelo governo estadual.
Cila Schulman, vice-presidente do instituto de pesquisa IDEIA, destaca que a missão do ex-governador não será fácil. “Leite terá uma campanha desafiante, mas ainda assim deve ser bastante competitivo, como seus antecessores. É importante lembrar que desde a redemocratização nenhum governador se reelegeu no Rio Grande do Sul, porém todos foram para o segundo turno, a exceção de Germano Rigotto, em 2006”, afirma.
A pesquisa simulou outros dois cenários de primeiro turno. Em uma disputa sem Eduardo Leite, Onyx aparece com 25%, Albuquerque e Ranolfo Vieira Jr. têm 10%. Já quando é incluída Manuela D’Ávila (PCdoB), ela tem 24% das intenções de voto, atrás de Onyx, que tem 30%. Eduardo Leite aparece com 23%. A ex-deputada disse que não pretende concorrer ao governo do estado.
Em um teste feito de forma espontânea, Onyx tem 6%, Pretto, 5%, Vieira Jr., 5%, Leite e Albuquerque aparecem com 2% cada. Os demais nomes pontuaram 1% ou ficaram abaixo disso. Os que dizem que não sabem somam 59%.
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EXAME/IDEIA testou sete possíveis cenários de segundo no Rio Grande do Sul. Onyx está em primeiro em todos os confrontos, sendo o mais apertado contra Eduardo Leite (36% a 32%). Nas outras simulações com o ex-governador, ele aparece em primeiro, mas tecnicamente empatado, dentro da margem de erro da pesquisa.
"A corrida pela sucessão estadual no Rio Grande do Sul está em aberto, com pelo menos três forças na disputa. O pré-candidato Onyx Lorenzoni se beneficia da boa posição do presidente Jair Bolsonaro no estado e aparece na frente. A esquerda tem destaque com Beto Albuquerque, e com Edegar Pretto, sendo que a ex-deputada Manoela D’Ávila continua sendo uma opção na mente do eleitor progressista, apesar de anunciar que não irá concorrer. A decisão de Leite de estar presente na urna, embaralha ainda mais esta campanha tão diluída”, explica Cila Schulman.
A pesquisa mostra que a disputa para vaga de Senador pelo Rio Grande do Sul está indefinida. Em uma pergunta estimulada, quatro nomes aparecem empatados ou no limite da margem de erro: Hamilton Mourão (Republicanos), com 19%, Manuela D'Ávila, com 17%, Ana Amélia Lemos (PSD), tem 15%, e Lasier Martins (Podemos), que concorre à reeleição, aparece com 11%.
Em uma pergunta espontânea, há empate entre todos os nomes, sendo que 54% dizem que ainda não sabem. “A esquerda ainda não está com o palanque definido, e Mourão se beneficia da força de Bolsonaro no Rio Grande do Sul”, afirma a vice-presidente do instituto de pesquisa IDEIA.
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