Brasil

Avião decola de Natal para a repatriação de brasileiros em Israel

O Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza e mais 60 em Ascalão e em outras localidades na zona de conflito

Avião: o Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza (Flapper/Divulgação)

Avião: o Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza (Flapper/Divulgação)

Publicado em 8 de outubro de 2023 às 19h50.

Última atualização em 8 de outubro de 2023 às 20h38.

Na noite deste domingo, 8, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizado pelo Ministério da Defesa saiu da Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, com destino à Roma, na Itália. Ele é o primeiro de seis que devem sair para repatriar brasileiros que estão em Israel e desejam sair da região após os ataques do fim de semana promovidos pelo grupo Hamas.

“Nossa ideia é que esse avião fique na Itália aguardando essas coordenações finais junto ao MRE. Nós estamos com militares nossos, da nossa adidância, junto à embaixada de Israel e nas demais embaixadas da região também, para que possamos fazer as primeiras levas, trazer os primeiros brasileiros de lá para cá”, explicou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

O Itamaraty estima que 30 brasileiros vivem na Faixa de Gaza e mais 60 em Ascalão e em outras localidades na zona de conflito.

Segundo o Ministério da Defesa, o avião enviado é o maior já operado pela Força. O KC-30 tem 233 toneladas (peso máximo), capacidade para 238 passageiros e pode transportar até 45 toneladas de carga útil, além de voar uma distância de 14,5 mil quilômetros. 

Resumo do fim de semana

Neste sábado, 7, o grupo armado palestino Hamas lançou a “Operação Al-Aqsa Flood” contra Israel, na ofensiva mais grave desde que Tel-Aviv e o grupo palestino travaram uma guerra de 11 dias em 2021.

O Hamas afirmou que disparou pelo menos 5 mil foguetes, enquanto Israel confirmou que os combatentes do grupo entraram no seu território por terra e mar. Os ataques matinais ocorreram em Simchat Torá, um feriado que ocorre no final do festival judaico de uma semana conhecido como Sucot, ou Festa dos Tabernáculos.

Durante a madrugada de domingo, 8, o norte de Israel sofreu novos bombardeios de um movimento libanês que se diz aliado ao Hamas. O grupo armado Hezbollah reinvidicou o ataque e afirma ter lançado três foguetes contra três postos militares na Fazenda Shebaa, território ocupado por Israel desde 1967.

O exército israelense retomou os ataques aéreos e de artilharia na Faixa de Gaza. Jatos disparados por Israel destruíram um prédio que abrigava o Banco Nacional Islâmico Palestino.

Vista de um edifício na Cidade de Gaza alvo de um ataque aéreo israelense em 7 de outubro de 2023 (AFP/AFP)

Número de vítimas

A ofensiva lançada no sábado por terra, mar e ar pelo Hamas, que governa Gaza, deixou até agora mais de 600 mortos e 2.000 feridos em Israel, 200 deles em “estado crítico”, informou o governo.

Os bombardeios lançados em resposta por Israel contra Gaza causaram 370 mortos e 2.200 feridos, indicou o Ministério da Saúde do enclave palestino.

O governo israelense também indicou que o Hamas capturou “mais de 100” pessoas no seu ataque, tomando-as como “prisioneiras”.

O Hamas e a Jihad Islâmica, outro grupo armado palestino, alegaram ter capturado “muitos soldados”.

Reunião da ONU

O Brasil e outros países-membros do Conselho de Segurança da ONU realizaram reunião de urgência neste domingo, 8, na sede da organização, em Nova York. No entanto, não se chegou a um consenso.

Enquanto os Estados Unidos reforçou o apoio a Israel, a China defendeu a criação do Estado independente da Palestina e a Rússia é próxima ao Irã, um dos principais financiadores do Hamas.

O Brasil condenou os bombardeios e ataques feitos a Israel a partir da Faixa de Gaza neste sábado e defendeu ações para evitar que o conflito tome maiores proporções.

"O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU", disse o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, em sua conta oficial no X, antigo Twitter.

A reunião do CSNU foi fechada à imprensa. O representante permanente do Brasil junto à ONU, o diplomata Sérgio França Danese, falou à imprensa que a reunião teve como tônica a busca por um processo de negociação o mais rápido possível

(Com Estadão Conteúdo e Al Jazeera)

Acompanhe tudo sobre:IsraelBrasilGoverno Lula

Mais de Brasil

Quem é Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo

Sobe para 41 número de mortos em acidente em Minas Gerais

Avião cai em Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes