Mulheres a partir da 28ª semana de gravidez são grupo prioritário para vacinação (SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/Agência Estado)
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 11h42.
O Ministério da Saúde iniciou nesta terça-feira, 2, a distribuição das doses de vacina contra bronquiolite para os estados e o Distrito Federal. As doses serão aplicadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) após a chegada dos lotes com os imunizantes. O grupo prioritário é composto por gestantes a partir da 28ª semana.
O Governo Federal comprou 1,8 milhão de doses da vacina e a distribuição do primeiro lote garante 673 mil aplicações. Brasília foi a primeira unidade a receber os imunizantes e o restante dos estados deve receber os compostos até quarta-feira, 3.
Independente da idade, mulheres com mais de 28 semanas de gestação devem tomar o imunizante. A recomendação é que seja aplicada uma dose única a cada gravidez.
Bebês e crianças de até 12 meses, ou até 2 anos em casos de comorbidades, também podem ser vacinados. Para confirmar se a aplicação é ou não indicada, é preciso comparecer a UBS mais próxima e buscar informação com o atendimento do local.
A vacina aplicada nas gestantes oferece proteção aos recém-nascidos e ajuda a reduzir as hospitalizações de crianças decorrentes de complicações em casos de bronquiolite e pneumonia. Segundo o estudo Matisse, a vacinação materna tem eficácia de 81,8% na prevenção de doenças graves causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) durante os primeiros três meses de vida da criança.
O Ministério da Saúde também orienta que ao tomar as vacinas contra bronquiolite, as gestantes confirmem se estão com outras imunizações em dia, como as doses contra influenza e Covid-19. Caso tenha alguma pendência com a agenda de vacinação, a situação pode ser regularizada na UBS.
Confira quantas doses da vacina cada estado recebe para aplicação nos moradores.
O VSR é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% dos casos de pneumonia em crianças menores de dois anos. Até novembro deste ano, o Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que foram causados pelo vírus.
Em 82,5% dos casos, as hospitalizações pela doença foram de crianças com menos de dois anos.
Inicialmente, os sintomas da bronquiolite podem ser confundidos com os da gripe. É comum que as crianças infectadas com o vírus apresentem obstrução e coriza nasal, tosse, febre, chiado no peito e respiração rápida e difícil.
Com o avanço da doença, é possível observar irritabilidade, dificuldade de alimentação e sinais de falta de oxigênio — como tom azulado ao redor dos lábios — nos casos mais graves.
A bronquiolite não tem um tratamento fixo e a escolha de como cuidar do caso é tomada pelo médico responsável com base nos sintomas da criança. Em alguns casos, pode ser necessário realizar terapia de suporte, suplementação de oxigênio, hidratação do paciente e uso de broncodilatadores, que ajudam a dilatar as vias aéreas nos pulmões.