Embates entre PT e PSB nos estados criam saia-justa para Alckmin
Disputa ao Executivo estadual deve afastar ex-governador do palanque de Lula em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Expectativa era de que eles fizessem agendas de campanha juntos, sobretudo no Sul, região em que liderança do petista é mais estreita
Agência O Globo
Publicado em 10 de maio de 2022 às 06h28.
Última atualização em 10 de maio de 2022 às 08h59.
Duelos entre PT e PSB em disputas a governador podem atrapalhar a intenção de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin , fazerem atividades de campanha juntos em alguns estados no primeiro turno. Pelo cenário atual, que ainda pode mudar até o prazo para convenções em julho, o petista e o ex-governador têm palanques diferentes em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Consultados sobre como as agendas serão conciliadas diante das diferenças de palanques, integrantes da coordenação da pré-campanha do petista dizem que ainda não sabem exatamente como lidar com a questão. Quando faz atividades de rua, Lula, em geral, aparece acompanhado do candidato local do PT.
Simone Tebet corteja Doria para vice, em busca de tempo de TV
Haddad diz que espera 'subir no palanque' com Alckmin em São Paulo
Foi o que aconteceu na quinta-feira, na visita a uma ocupação transformada em bairro na cidade de Sumaré, no interior de São Paulo, e em um encontro com estudantes da Unicamp, em Campinas. Nos dois eventos, Lula estava com o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, que também discursou. Alckmin não compareceu.
Em São Paulo, o pré-candidato do PSB a governador é Márcio França, que foi vice de Alckmin entre 2015 e 2018. França também foi o principal responsável por atrair o vice de Lula para o PSB. O ex-deputado Floriano Pesaro, que ingressou na sigla com Alckmin, explicou a estratégia:
— Onde houver candidatos a governador do PT e do PSB, o governador Alckmin deverá fazer agendas com o candidato do seu partido, ou seja, do PSB.
Aliados de Lula haviam traçado um plano para que o petista e Alckmin viajassem juntos pelo país por dois meses para apresentarem a chapa ao eleitor. Os embates entre PT e PSB, porém, podem atrapalhar essa ideia. Há a hipótese de ser feito um evento da campanha presidencial nesses estados, com as presenças dos pré-candidatos das duas siglas.
Eleições: candidatos estaduais 'isentões' se afastam de Lula e Bolsonaro
Ciro fora das eleições? Lula entra em ação para fazer aliança com PDT
Na última semana deste mês, Lula deve visitar o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A expectativa era que Alckmin estivesse junto nesses locais, em uma tentativa de diminuir resistências ao ex-presidente — segundo o Datafolha, Lula tem 39% das intenções de voto na região Sul, contra 33% de Bolsonaro, distância mais estreita do que no resto do país.
Na eleição gaúcha, contudo, o PSB tem apresentado o ex-deputado Beto Albuquerque como pré-candidato a governador. Já o PT lançou o deputado estadual Edegar Pretto.
União pela democracia
Já em Santa Catarina, o PSB está decidido a lançar o senador Dário Berger. O PT tem a pré-candidatura de Décio Lima, que discute uma composição com o Solidariedade.
No sábado, a pré-candidatura da chapa Lula-Alckmin foi apresentada oficialmente em São Paul o. Em busca de ampliar o leque de alianças, o petista disse querer “unir os democratas”, num discurso focado em defesa da soberania nacional, independência entre os Poderes e críticas a privatizações. Aplaudido pela militância petista, o ex-governador disse que nenhuma “divergência do passado nem diferença do presente” servirá de pretexto para que ele deixe de apoiar Lula “com toda convicção”.
Reeleição de Garcia vira prioridade no PSDB enquanto Doria patina
Eleições 2022: disputa será decidida por 10% do eleitorado
Moro está mais longe da Presidência e "avalia" concorrer ao Congresso