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Simone Tebet corteja Doria para vice, em busca de tempo de TV

MDB tenta atrair ex-governador, mas aliados do tucano dizem que ele tem mais 'currículo'

Eleições: Simone Tebet será a candidata única da terceira via? (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eleições: Simone Tebet será a candidata única da terceira via? (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Agência O Globo

Publicado em 10 de maio de 2022 às 06h23.

Última atualização em 10 de maio de 2022 às 08h59.

Ainda que não haja otimismo entre partidos de centro sobre um pacto da terceira via, PSDB, Cidadania e MDB continuam a discutir o lançamento de uma candidatura única no próximo dia 18. Líderes que acompanham as negociações consideram o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) mais “viável” em razão da alta rejeição do ex-governador João Doria (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto. Nos últimos dias, Tebet tem feito sinalizações a interlocutores de Doria de que o aceitaria como vice na tentativa de desfazer o impasse para a escolha de um nome de centro.

A avaliação do entorno da senadora é que a reprovação do tucano não atrapalha na condição de vice. Os legados que deixou à frente do governo de São Paulo, como o desempenho econômico acima da média do país e a vacina Coronavac, dizem, falariam mais alto. Para o MDB, o principal, porém, é que os tucanos trariam mais tempo de televisão à campanha de Tebet, fundamental para torná-la conhecida do eleitorado. Além disso, emedebistas dizem que a aliança facilita composições entre os dois partidos em estados como o Rio Grande do Sul, onde Gabriel Souza (MDB) é cotado para ser vice de Eduardo Leite (PSDB).

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Em outros locais, como São Paulo, os dois partidos têm convergências, o que torna a chapa factível — as siglas costuram um acordo para que o vice do governador Rodrigo Garcia seja o ex-secretário municipal de Saúde Edson Aparecido, que recentemente saiu do PSDB para se filiar ao MDB com o aval da cúpula tucana.

Disputa por critérios

Aliados de Doria, no entanto, rechaçam a possibilidade da vice-presidência e defendem que o tucano seja o cabeça de chapa porque, segundo eles, teria mais atributos no “currículo”, como sua gestão na prefeitura de São Paulo e no Palácio dos Bandeirantes, enquanto Tebet tem a experiência administrativa como prefeita de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

Além disso, pontuam que a campanha de Doria teria mais estrutura e recursos, já que a verba prevista no PSDB para candidato à Presidência da República é de R$ 65 milhões — por mais que haja uma ala do partido defendendo que o dinheiro seja concentrado nas candidaturas aos governos estaduais e a eleição de bancada no Congresso. No MDB, a campanha de Tebet é estimada em R$ 30 milhões, sendo que a maior parte dos recursos sairá do fundo eleitoral e partidário das mulheres.

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Dirigentes dos partidos admitem nos bastidores que os próprios pré-candidatos não abrem mão da cabeça de chapa, mesmo que sofram resistência interna em seus partidos. Afirmam que, tanto no MDB quanto no PSDB, uma candidatura única ajudaria a frear a adesão de integrantes das siglas a um dos lados da polarização. Como O GLOBO mostrou domingo, a senadora divide palanques com o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro no Distrito Federal e em estados como Roraima e Santa Catarina, entre outros . No caso de Doria, candidatos a governador como Eduardo Riedel (PSDB-MS) e Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) fazem uma série de acenos para Bolsonaro.

Lideranças entendem que dificilmente se chegará a um consenso sobre um nome até o dia 18. Mas acreditam que, até lá, é possível definir os critérios para a escolha, o que é motivo de divergências. Doria quer que a decisão leve em consideração o desempenho nas pesquisas quantitativas, já que na média delas o paulista pontua melhor que Tebet. O grupo da senadora, contudo, argumenta que ela não só tem pouca rejeição como pode ir além, já que dialoga com o público feminino, o mais indeciso, segundo as pesquisas de intenção de voto.

Em meio a tantas dificuldades, as siglas devem intensificar as conversas na tentativa de evitar a fragmentação das candidaturas, o que avaliam que só tornaria mais estreito o espaço para o centro diante da polarização. No entanto, esse cenário hoje é citado como mais provável.

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