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Diretor da PF diz que uma hipótese é de ato terrorista: Há indícios de planejamento de longo prazo

Andrei Rodrigues afirma que 'grupos extremistas ativos' demandam 'reação enérgica'

diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, participa da abertura do 2º Encontro Nacional de Usuários da RedeMAIS 2024 (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 12h10.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 12h14.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que há "grupos extremistas ativos" e que precisam de reação "enérgica" das autoridades. Ele afirmou que uma hipótese em investigação é de terrorismo e que há "indícios" de planejamento de longo prazo.

"Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado e que está conectado com fatos recentes que a polícia federal tem investigado. Estamos tratando esse caso sob duas vertentes: atos terroristas e atentado ao Estado Democrático de Direito. Há indícios de planejamento de longo prazo", disse o diretor-geral durante entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quinta-feira, 14.

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Segundo Rodrigues, Francisco Wanderley Luiz, até então, suposto autor do ataque, estava em Brasília na época dos atos de 8 de janeiro.

"É cedo dizer se houve participação direta ou não nos atos do 8 de janeiro. Essa pessoa estava aqui no início de 2023. Há uma mensagem escrita no espelho da residência fazendo menção a um ato de pichação que foi feito na estátua da Justiça (durante os atos)", afirmou.

Ele acrescentou que a PF está investigando se Francisco Wanderley contou com auxílio financeiro de terceiros. A proprietária da casa que ele alugou em Ceilândia, a cerca de 30 quilômetros da Praça dos Três Poderes, já foi ouvida pela PF.

"A investigação dirá se essa pessoa agiu isoladamente, se houve apoio financeiro ou logístico", disse Rodrigues.

Explosão em casa alugada

Ao detalhar as buscas feitas pelos agentes da PF, o diretor-geral da PF relatou que quando a equipe vasculhava a casa alugada em Ceilândia usada por Francisco, uma gaveta explodiu quando foi aberta pelo robô antibombas usado naquele momento.

Investigação em curso

A PF abriu um inquérito paralelo ao da Polícia Civil do Distrito Federal. O principal autor da tentativa de atentado é Francisco Wanderley Luiz, identificado como dono do carro usado para carregar os explosivos detonados no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Depois, se dirigiu à Praça dos Três Poderes, onde lançou artefatos na estátua da Justiça Cega e em direção ao prédio do STF. Após ser abordado por um vigilante, ele se deitou e colocou um explosivo na cabeça, que explodiu e o matou na hora. O boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil do Distrito Federal trata o caso como "auto lesão fatal".

Policiais do Distrito Federal e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fizeram varreduras em busca de outras bombas na Praça dos Três Poderes e no entorno do Alvorada, residência oficial da Presidência. A Esplanada dos Ministérios foi fechada.

O episódio é considerado “grave” pela PF, e a decisão de entrar no caso foi tomada rapidamente. Ela se justifica pelo fato de o ataque ter ocorrido em órgão público federal. Em nota, a corporação afirmou que policiais do Comando de Operações Táticas (COT) foram acionados, além de peritos e agentes do grupo antibombas.

"Era uma bomba caseira, com pólvora e tijolos — afirmou o Sargento Santos, da Polícia Militar do DF, que desarmou o explosivo no porta-malas do carro".

Nas redes sociais de Francisco Wanderley Luiz, há publicações com ameaças a autoridades e um possível aviso sobre as explosões. Em uma das imagens, ele diz que a PF tem “72 horas” para “desarmar a bomba”. Em outra, o homem cita o dia 13 de novembro, ontem, e fala em “grande acontecimento”.

Francisco postou uma foto no plenário do STF e escreveu que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Em outras mensagens, ele fez referências a militares, políticos e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal traz o relato de uma testemunha sobre o ocorrido. “Informou que o indivíduo, posteriormente identificado como Francisco Wanderley Luiz, se aproximou e ficou parado em frente à estátua (em frente à sede do STF). O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua”, diz trecho do documento, em referência à estátua da Justiça.

A polícia prossegue com o relato colhido: “O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem. Que visualizou um abjeto semelhante a um relógio digital, que o segurança acreditou tratar-se de uma bomba. Tirou os artefatos e verificou que o indivíduo trazia algo diferente. Pegou um extintor, desistiu e o colocou no chão. Saiu com os artefatos pra lateral e lançou dois ou três artefatos, que estouraram”.

Ainda de acordo com o relato, “o indivíduo deitou no chão acendeu o ultimo artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”.

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