Brasil

Comissão de Ética da Câmara analisa processo contra Eduardo Bolsonaro

Colegiado aprecia parecer preliminar que pediu arquivamento do processo que poderia cassar o mandato do parlamentar

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 16h28.

Tudo sobreSupremo Tribunal Federal (STF)
Saiba mais

A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados iniciou, nesta quarta-feira, a análise do parecer preliminar do processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. O deputado recebeu o link para participar da reunião, mas não compareceu.

A representação, apresentada pelo PT, acusa o parlamentar de usar o mandato para atacar as instituições democráticas — especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF) — e tentar influenciar autoridades estrangeiras a impor sanções econômicas ao Brasil. Segundo o partido, as declarações de Eduardo teriam “desacreditado o sistema democrático brasileiro” e “exposto o país a constrangimento internacional”, em meio a decisões do STF em investigações que atingiram aliados do bolsonarismo.

O caso é relatado por Delegado Marcelo Freitas (União-MG), que apresentou parecer pelo arquivamento da denúncia. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) apresentou um voto em separado pela cassação.

— Respeito o trabalho do relator, mas dizer que não há nada apurar. Esse deputado recebe salário para nunca aparecer aqui. Se mantivermos a proposta de arquivamento, estaremos dizendo que não tem mais ética e decoro no parlamento brasileiro — disse.

Outros integrantes da base, como a deputada federal Mária do Rosário (PT-PR), se juntaram ao coro de Alencar.

— Quais são os deveres de um deputado federal? Promover os interesses públicos e a soberania nacional. A representação demonstra nitidamente que Eduardo tem agido como um traidor da pátria e atua em todos os foruns para prejudicar a nação brasileira — afirmou Maria do Rosário.

Na contramão, a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Casa defendeu Eduardo.

— Está no direito dos senhores arquivar esta ação inconstitucional. Eduardo não está fazendo nada nos Estados Unidos, não é culpa dele que Trump taxou o Brasil — declarou Cabo Gilberto (PL-PB).

A análise do caso do Eduardo tem ocorrido com pouca celeridade. A votação do relatório ocorre com atraso, após o presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União Brasil-PR), não viajar para Brasíia na semana passada.

Além do filho do ex-presidente, o colegiado deve analisar ainda hoje outras representações que envolvem parlamentares de diferentes campos políticos. O PL acionou o Conselho contra Lindbergh Farias (PT-RJ), que teria ofendido um deputado da oposição durante embate público. André Janones (Avante-MG) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) tiveram suas votações adiadas, diante da ausência dos relatores no colegiado.

Outra representação do PL tem como alvo a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), após declarações sobre violência contra povos indígenas e críticas ao agronegócio, vistas por parlamentares da direita como ataques.

Há ainda processos apresentados pelo PSOL, que miram Sargento Fahur (PL-PR), por declarações de incitação à violência contra o deputado Henrique Vieira (PSOL-RJ), e Kim Kataguiri (União-SP), por provocações a movimentos sociais e ataques durante votações em plenário. O PT também protocolou representações contra Gilvan da Federal (PL-ES) e Delegado Éder Mauro (PL-PA), por discursos considerados ofensivos e de teor homofóbico.

Acompanhe tudo sobre:Eduardo BolsonaroSupremo Tribunal Federal (STF)Jair Bolsonaro

Mais de Brasil

Governo de SP discute ações preventivas para chuvas no litoral no Ano Novo

Carlos Bolsonaro diz que médicos avaliam necessidade de novos procedimentos

Defesa de Bolsonaro pede a Moraes autorização para visita de cunhados e enteada

Bolsonaro está acordado e no quarto, dizem médicos