Repórter
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 17h46.
A chuva que atingiu a Grande São Paulo nesta sexta-feira, 12, agravou ainda mais o caos energético deixado pelo ciclone extratropical da última quarta-feira, 10.
De acordo com o painel de atualizações da Enel, o número de imóveis sem energia aumentou, passando de 633 mil para 744 mil clientes desligados, o que equivale a 8,75% da área de concessão, nas medições entre 14h00 e 17h17.
Na capital paulista, o número de unidades sem luz subiu para 540.449, o que representa 9,31% da cidade, superando os números anteriores.
O Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura de São Paulo também emitiu um alerta sobre a situação. O órgão informou que a propagação de um sistema de baixa pressão deve mudar o tempo ao longo do dia, trazendo chuvas fortes, com raios e rajadas de vento, o que aumenta o risco de alagamentos e quedas de árvores sobre a rede elétrica já fragilizada.
Na região metropolitana, o cenário é igualmente preocupante. São Bernardo do Campo é a cidade com a maior proporção de imóveis sem energia, com 41.900 clientes afetados. Outras cidades também enfrentam apagões significativos, como Cotia, com 23.332, e Diadema, com 21.795.
Embora o ciclone extratropical que gerou ventos de quase 100 km/h já esteja se afastando, uma nova frente de instabilidade vinda do Paraguai ameaça o estado de São Paulo neste fim de semana. Segundo a Climatempo, a preocupação agora é com o volume de chuva, que pode superar a média climatológica de dezembro em apenas três dias. A agência alerta para o risco de deslizamentos e enxurradas devido ao solo encharcado pelas chuvas recentes.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também emitiu um alerta, mas com um tom mais moderado, focando na bacia do Rio Paranapanema, na divisa com o Paraná, onde se esperam chuvas de até 50 mm/dia e ventos de até 60 km/h. Embora o risco de cortes de energia nessa área seja considerado baixo, a instabilidade também pode afetar outros estados, como Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O abastecimento de água em algumas áreas da capital e da Grande São Paulo segue comprometido devido à falta de energia provocada pelas chuvas e vendavais. A Sabesp informou que, embora as áreas afetadas pela falta de eletricidade tenham diminuído, ainda há dificuldades no fornecimento em regiões como Parelheiros, Vila Romana e Parque do Carmo. Isso ocorre porque a instabilidade no fornecimento de energia ainda afeta sistemas essenciais para o bombeamento de água.
Para amenizar a situação, estações movidas a gás e geradores têm sido usados para manter o funcionamento de unidades como Americanópolis e Itapecerica da Serra, mas a potência exigida pelos equipamentos de bombeamento é muito superior à capacidade dos geradores comuns.
Em Guarulhos (Pimentas), Francisco Morato (Jardim Arpoador) e Caieiras (Centro), a falta de energia continua dificultando a normalização dos serviços. A Sabesp estima que a recuperação total do abastecimento de água pode levar até 48 horas após o religamento da energia elétrica.