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Inflação?

Coluna diária de Alon Feuerwerker avalia o fôlego da alta de preços nos próximos meses

Supermercados: a inflação ganhou fôlego em outubro, como já se previa e sabia (Germano Lüders/Exame)

Supermercados: a inflação ganhou fôlego em outubro, como já se previa e sabia (Germano Lüders/Exame)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 19h34.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 20h14.

A inflação ganhou fôlego em outubro, como já se previa e sabia. A comida puxou o índice de preços para cima. Vamos ver os próximos meses. Por enquanto, a taxa está dentro da meta anual, não há motivo para o Banco Central agir. Até porque as perspectivas não são brilhantes.

Com o tanto de desempregados por aí e a demanda ainda fraca, o risco de propagação da alta é relativo.

E tem mais. Se nada for feito, em janeiro acaba o auxílio emergencial e vai ser um tranco daqueles no poder de compra da população. De novo, se nada for feito, mais de 60 milhões de brasileiros (e seus dependentes) terão uma queda brusca na renda.

E tem mais ainda. O governo, para agradar ao mercado financeiro, pode ficar tentado a meter o pé no breque do gasto público para valer, e ainda por cima aparecer com alguma(s) proposta(s) de aumento de impostos. As nuvens cinzentas já estão no horizonte.

Sem falar na covid-19. Que corre, corremos nós, o risco de continuar por aqui durante um bom tempo. Principalmente se não pararem com a guerra em torno da vacina.

*Analista político da FSB Comunicação

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