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Telegram é russo? Saiba quem é o dono do app que foi bloqueado no Brasil

Pavel Durov é conhecido como o "Zuckerberg russo" e teve que sair do país de origem após conflitos com Putin

Pavel Durov, CEO e fundador do Telegram, em evento da TechCrunch Disrupt em San Francisco  (Steve Jennings/Getty Images/Getty Images)

Pavel Durov, CEO e fundador do Telegram, em evento da TechCrunch Disrupt em San Francisco (Steve Jennings/Getty Images/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 18 de março de 2022 às 16h41.

O aplicativo de mensagens Telegram foi banido do Brasil nesta sexta-feira , 18, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O pedido do ministro vem em sequência de um apelo da Polícia Federal, justificando que o aplicativo é conhecido por não cooperar com autoridades judiciais e policiais de diferentes países, e segue o movimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de um mês atrás, ao assinar um documento para barrar a disseminação de fake news nas eleições deste ano. 

O Telegram já está presente em 53% dos celulares brasileiros, de acordo com o ministro Luís Roberto Barroso. Apesar de não ser tão gigante quanto o WhatsApp, o app de origem russa chama atenção por suas inúmeras funções: grupos de até 200 mil pessoas, alta capacidade de viralização e fácil gestão de grupos, além de mensagens criptografadas e outras medidas de segurança que poucos aplicativos têm.

Atualmente, o Telegram é o principal aplicativo de mensagens na Rússia, Ucrânia e outras antigas repúblicas soviéticas e vem sendo usado pelos dois lados na guerra para informar (e, em alguns casos, desinformar) o público. O criador do serviço, o russo Pavel Durov, está acostumado com polêmicas em volta de seu aplicativo desde sua criação.

Quem é Pavel Durov, dono do Telegram?

Pavel Durov é um programador e empreendedor russo de 37 anos, conhecido pela criação da maior rede social da Rússia e o aplicativo de mensagens Telegram. Hoje, ele mora em Dubai, nos Emirados Árabes.

Durov é conhecido como o "Zuckerberg russo". Isso porque o programador é responsável pela VKontakte, maior rede social do país, criada ao lado de seu irmão Nikolai, em 2006.

No entanto, depois que ele se recusou a fornecer dados de usuários ucranianos para a Rússia e se negou a fechar páginas de oposição ao então candidato Vladimir Putin, Durov ficou marcado pelo governo do Kremlin e fugiu do país por contra própria em 2011, mudando de país a cada poucos meses.

Em 2013, 40% da rede foi comprada pelo fundo aliado do governo, United Capital Partners. Após alguns movimentos de Putin, 88% da rede social pertencia a "amigos" do presidente. A rede social valia 2 bilhões de dólares e obteve faturamento de 172 milhões de dólares naquele ano.

Durov deixou a diretoria da VK em abril de 2014 e, auto-exilado, adquiriu a cidadania são-cristovense após investir na economia de São Cristóvão e Nevis.

Logo depois, ainda em 2014, o programador lançou o aplicativo Telegram. A ideia para o serviço de mensagens surgiu em 2011, depois que uma ofensiva da SWAT invadiu sua casa em São Petesburgo, na Rússia. Foi quando ele se deu conta que não possuía nenhuma forma segura de conversar com seu irmão.

Segundo a revista Forbes, Durov é dono de uma fortuna estimada em 17 bilhões de dólares. Hoje, ele vive em Dubai, onde fica a única sede do Telegram.

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