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Telegram na Ucrânia: como fica o aplicativo russo em meio ao conflito

O serviço de mensagens que incomodou o Kremlin no passado, atualmente funciona como uma ferramenta ideológica importante para a Rússia

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Logo do aplicativo russo de mensagens Telegram (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

Logo do aplicativo russo de mensagens Telegram (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

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André Lopes

Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às, 14h32.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às, 21h07.

O Telegram hoje é o principal aplicativo de mensagens na Rússia, Ucrânia e outras antigas repúblicas soviéticas. Com a capacidade de criar grupos de até 200 000 usuários, o app de meio bilhão de contas é a ferramenta de distribuição de informações para o leste europeu mais ativa no momento, reunindo desde governos, jornais e e até movimentos sociais.

Mas como Putin ordenou uma ação militar no leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas que ele reconheceu como independentes, nesta quinta-feira, 18, surgem dúvidas de como ficará o funcionamento do aplicativo para ambos os lados, mas principalmente para a Ucrânia, considerando que o aplicativo tem origem russa.

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Do ponto de vista político, o Telegram nem sempre foi visto com bons olhos por Putin. O líder russo entendia a rede social como uma plataforma livre para opositores políticos se comunicarem sem que o Kremlin pudesse interceptar o fluxo de mensagens.

As rusgas com a plataforma duraram até 2020 e só foram afrouxadas em meio a pandemia, quando o Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, o Roskomnadzor, anunciou, em conjunto com o ministério público, que o app, até então funcionando na informalidade e sofrendo bloqueios, se tornaria um canal oficial do governo na divulgação de informações sobre a covid-19.

O fato é que a Rússia nunca conseguiu bloquear o serviço por um todo. Toda vez que ocorria um investida para impedir o acesso ao Telegram, o governo acabava por bloquear o acesso aos serviços de centenas de companhias, que usavam servidores e nuvens em comum com o mensageiro. 

Como não pode vencer a batalha, a Rússia subverteu a lógica e transformou o app em aliado. Com a alegação de se tornar um canal oficial, passou a utilizá-lo junto do aparato de influência ideológica do Kremlin, principalmente, na distribuição de desinformação.

Um exemplo de como funciona o app nessa nova ordem foi o envio de uma mensagem de separatistas apoiados pela Rússia na sexta-feira, 18, na qual se exibia uma enxurrada de tiros e bombardeios por sabotadores de língua polonesa.

Mais tarde, os metadados do arquivo de vídeo que circularam na rede social revelam que a data do suposto ataque era de 8 de fevereiro, dez dias antes de ser compartilhado no Telegram, e três dias antes da alegada data do ataque. Indicando ser uma provável fake news para tensionar o conflito em favor da Rússia.

Do lado ucraniano, dificilmente o acesso do app ocorreria, e pela mesma razão que a Rússia no passado não conseguiu torná-lo inacessível.

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