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Serviços sofrem com assinante "nômade" de streaming

Plataformas nos EUA vêm sofrendo com clientes que cancelam assinaturas em pouco tempo

Guerra dos streamings vem se intensificando desde a pandemia (Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images/Divulgação)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 23 de abril de 2024 às 10h16.

Um dos grandes hábitos da vida moderna, principalmente durante a pandemia, mas que se perpetuou, foi o gosto pelo serviço de streaming. No entanto, os norte-americanos estão ficando cada vez mais impulsivos ao apertar o botão de cancelamento em seus serviços, até pela facilidade da tarefa.

Segundo reportagem do New York Times, mais de 29 milhões - cerca de um quarto dos assinantes domésticos de streaming pagos - cancelaram três ou mais serviços nos últimos dois anos, de acordo com a Antenna, uma empresa de pesquisa de assinaturas. E os números estão aumentando rapidamente.

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Os dados sugerem umamudança acentuada no comportamento do consumidor - longe da era da TV a cabo, quando os telespectadores ficavam em grande parte presos a um único provedor, bem como dos primeiros dias das chamadas guerras de streaming, quando as pessoas continuavam adicionando serviços sem cancelar ou pular de um para outro.

Entre esses assinantes "nômades", alguns estão aproveitando a facilidade, com um contrato mensal e o simples clique de um botão, de mudar de um serviço para o outro. De fato, esses usuários podem ser inconstantes - um terço deles volta a assinar o serviço cancelado em seis meses, de acordo com a pesquisa da Antenna.

"Em três anos, isso passou de um comportamento de nicho para uma parte absolutamente dominante do mercado", disse Jonathan Carson, executivo-chefe da Antenna.

De acordo com o NYT, a mudança dá aos consumidores muito mais flexibilidade, mas as implicações podem ser significativas para as principais empresas de mídia, especialmente se esse comportamento se tornar ainda mais comum.

Empresas como Paramount, Warner Bros. Discovery, NBCUniversal e Disney estão tentando de certa fazer a transição da TV a cabo (que era lucrativa) para o streaming (que não é). A Peacock, da NBCUniversal, por exemplo, perdeu US$ 2,8 bilhões no ano passado.

Como resultado, as empresas reduziram os investimentos em programas - o número de atrações nos EUA em 2023 sofreu a maior queda em pelo menos 15 anos - e estão aumentando os preços de seus serviços de streaming.

Ainda de acordo com a reportagem, uma opção para diminuir a rotatividade, segundo os executivos, é trazer de volta algum elemento do pacote de TV a cabo, vendendo serviços de streaming em conjunto. Os executivos acreditam que os consumidores estariam menos inclinados a cancelar um pacote que oferecesse serviços de várias empresas.

Nos EUA, a Disney obteve sucesso ao agrupar Disney+, Hulu e ESPN+ em um único pacote. Ela também se juntou a várias outras empresas, incluindo a Fox e a Warner Bros. Discovery, para anunciar um serviço de streaming de esportes com início previsto para setembro.

Os serviços também estão tentando manter assinantes com mensagens do tipo "em breve" nas notificações dos apps. Disney e Apple TV estão fazendo uso dessa tática. Outro elemento é fazer promoções exatamente para aqueles que pensam em cancelar a assinatura. Neste ano, quando estava a poucos dias de fazer a primeira transmissão exclusiva de um jogo de playoff da NFL via streaming, o Peacock anunciou uma oferta para reter novos clientes: um plano anual por US$ 30, metade do cobrado normalmente. E segundo dados, da Antenna, os consumidores não cancelaram o serviço no mês seguinte.

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