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Renato D'Angelo, CEO da Disney Brasil (Disney/ Divulgação)

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Com D23 e novo streaming, Renato D'Angelo quer transformar a 'experiência Disney' no Brasil

CEO regional fala pela primera vez sobre os novos planos de uma das maiores empresas de entretenimento no país

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Com D23 e novo streaming, Renato D'Angelo quer transformar a 'experiência Disney' no Brasil

CEO regional fala pela primera vez sobre os novos planos de uma das maiores empresas de entretenimento no país

Renato D'Angelo, CEO da Disney Brasil (Disney/ Divulgação)

Por Luiza Vilela

Publicado em 08/06/2024, às 18:28.

Última atualização em 11/06/2024, às 09:26.

De fã para fã

Parques, resorts, cinema, séries, streaming, roupas, calçados, acessórios, itens de festa. Uma infinidade de produtos que alimentam uma receita que chegou aos US$ 23,55 bilhões, segundo balanço do primeiro trimestre fiscal de 2024. E no topo dessa pirâmide, a silhueta de um rato.

A Disney sem dúvidas moldou o entretenimento como conhecemos no mundo todo. No Brasil, ao longo de seus 100 anos de existência, atravessou gerações com princesas e outros personagens históricos repassados de pais para filhos. Mas agora se vê cara a cara com um novo desafio: o público cresceu. Ainda que estampado no logo, o Mickey ficou para trás, assim como as fitas VHS verdes e os castelos das princesas. A nova onda é a diversidade de conteúdo dentro do streaming e uma experiência maximizada dentro dos parques, resorts e navios.

Manter a relevância da empresa no mercado brasileiro, garantir a "experiência Disney", administrar o leque de outras marcas abaixo do guarda-chuva do Mickey — entre elas Marvel, Star Wars, Pixar, ESPN, 20th Century e Searchlights Pictures — e garantir os lucros é a responsabilidade que recai nas costas Renato D'Angelo, que assumiu o cargo CEO da Disney Brasil em abril de 2023.

Na sala do general manager, localizada no escritório da Disney em São Paulo, há um pouco de tudo do que a marca pode oferecer. Uma pelúcia do Mickey, estatuetas dos heróis da Marvel, a estrela do logo da Star+ e uma miniatura de Star Wars ficam estáticos nas prateleiras nas paredes do espaço. Pôsteres de alguns dos lançamentos de 2023 e 2024 no cinema estampam as demais. Do outro lado, uma visão panorâmica da capital paulista e, ao fundo, uma mesa gigante com uma única cadeira.

"Estou em clima de comemoração, 'Planeta dos Macacos: O Reinado' acabou de atingir o topo de bilheteria no Brasil", diz D'Angelo no começo da entrevista exclusiva à EXAME. O filme foi o primeiro lançamento da marca no cinema em 2024, lançado em 10 de maio, e atingiu R$ 6,63 milhões nas bilheterias brasileiras. Mundo afora, já acumula US$ 482 milhões.

Os números são mesmo para comemorar. Não é segredo que a empresa andou passando por maus bocados no cinema. Em 2023, produções como "As Marvels" e "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" tiveram bilheterias bem mais fracas do que o esperado, gerando um prejuízo de aproximadamente US$ 628 milhões para os cofres da Disney. Sobretudo no Brasil, o público não se interessou pelos dois longas, mesmo sendo eles de franquias muito amadas por aqui.

Em 2024, no entanto, o clima parece mais promissor: com a fusão do Disney+ e lançamentos de filmes e séries mais atrativos, a empresa espera cravar um ano melhor não só no cinema e no streaming, mas também com bons números nos eventos regionais. A D23 no Brasil é uma dessas estratégias, chefiada de perto por D'Angelo.

"O brasileiro é muito caloroso, toda vez que vemos uma atração internacional aparecendo por aqui, isso fica evidente. Lá fora, somos muito bem vistos por essa recepção amistosa", comenta ele, que é responsável por conduzir todas as estratégias dos negócios da Disney no país. "Foi o fã ajudou a gente a trazer a D23 para o Brasil e essa essa celebração é uma homenagem a ele, mas queremos fazer da melhor forma possível". 

Renato D'Angelo, CEO da Disney Brasil (Divulgação/ Disney)

D23 no Brasil: expectativas altas

A título de curiosidade, a D23 é o maior evento feito para fãs da Disney. Em Anaheim (Califórnia, EUA), ele acontece desde 2009 a cada dois anos e reúne os principais lançamentos da Pixar, Marvel, Star Wars e demais marcas, algo semelhante a uma 'CCXP exclusiva' da Disney. O “D” representa a Disney e o “23” faz referência ao ano em que Walt Disney inaugurou seu primeiro estúdio em Hollywood, em 1923.

Em novembro desse ano, pela primeira vez na história, a D23 desembarca no Brasil, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, nos dias 8, 9 e 10 de novembro. As expectativas são altas: a Disney espera receber mais de 50 mil pessoas. Para isso, conta com mais de 3 mil funcionários atuando diretamente no evento, que terá 43,5 mil m² de espaço. Por enquanto, as únicas parcerias anunciadas foram feitas com o Bradesco e a Visa para compra de ingressos e com o Mercado Livre, que operará a loja oficial com 600 produtos exclusivos.

"Essa é uma celebração grande que nasceu nos Estados Unidos como o primeiro fã clube da Disney. E essa afinidade do fã brasileiro com a marca, que vimos com o sucesso do Mundo Pixar, da Disney Magic Run e de outros eventos, fez com que sentíssemos que era o momento certo de celebrar os fãs do Brasil", comenta D'Angelo. "A gente vê que o brasileiro recebe muito bem os eventos da Disney, o que é um motivo de orgulho".

A preocupação com o mercado brasileiro não é infundada. Fora dos Estados Unidos, o Brasil é uma fonte de receita importante para a marca: é o terceiro país que mais leva pessoas para Orlando, onde ficam os parques temáticos. E por aqui, as programações feitas para fã já atraem muito público.

Mais de 20 milhões de pessoas passaram por eventos da Disney, segundo D'Angelo, entre shows, experiências em parques, celebrações de Natal e outros. Só a exposição "Mundo Pixar", criada e conceituada no Brasil, vendeu mais de 500 mil ingressos. A CCXP de 2023, que celebra fãs da cultura pop, atraiu quase 300 mil pessoas.

"Posso adiantar que teremos talentos nacionais e também os internacionais famosos dentro da D23", pontua o CEO na conversa. Quando questionado sobre quem são as celebridades, ele sorri e explica que ainda não pode revelar muito. "Vou dizer que os fãs podem esperar algo grande. Teremos diversos painéis, experiências dos parques da Disney, inclusive de alimentação, anúncios de Disney Cruise Line, experiências com 'Mufasa', 'Frozen', 'Moana', 'Capitão América'".

Cosplayer do Mandaloriano à frente da Disney D23 em setembro de 2022 na cidade de Anaheim, California. (Daniel Knighton/Getty Images)

De estagiário na Fox a CEO da Disney

D23 a parte, estar diante de uma empresa do porte da Disney em um momento crítico de transição é, sem dúvidas, desafiador. Com um público mais diversificado e outros concorrentes à altura, é preciso estratégia e posicionamento, além da audácia de enfrentar o novo e se reinventar no processo. E o que não falta em Renato D'Angelo é vontade de solidificar ainda mais a marca no Brasil.

"Estar naquela cadeira hoje me dá um enorme orgulho. É uma empresa fenomenal para trabalhar, com uma equipe fantástica e muito competente, o que ajuda a diminuir o peso dessa responsabilidade de estar nessa posição", comenta o CEO.

Como executivo especializado, D'Angelo já tem mais de 25 anos de experiência na indústria do entretenimento. Nascido em São Paulo, ele se formou em Administração de Empresas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e tem um MBA em Negócios pela Universidade da Califórnia (UCLA) - Anderson School of Management.

"Eu comecei como estagiário faz quase 26 anos. Estava na Fox, comecei minha carreira no Brasil e aí logo fui para Los Angeles. Trabalhei um pouco também no México, no Panamá, já em cargos mais altos, mas estava ultimamente em Porto Rico como manager da América Central e do Caribe. Quando a Disney comprou a Fox, eu fui chegando aos cargos de liderança. Voltei pro Brasil e cá estamos".

Frente a frente com mudanças significativas dentro da Disney — sendo a fusão do Disney+ e Star+ uma das maiores —, nos próximos anos, Renato espera continuar levando as marcas da empresa para o consumidor, alcançando novos espaços.

"A D23 é uma das coisas que me enche de orgulho. Em um ano já estou comandando esse evento", comemora ele. "Sinto que estamos em um bom caminho. O que quero fazer, como líder, é levar cada vez mais esses eventos para públicos ainda mais amplos, em outros estados e cidades. Quero que haja mais investimento no mercado audiovisual do Brasil, com produtos mais sérios, mais filmes. Levar a Disney para casa de quem consome nossos produtos".

D23 em 2022 nos Estados Unidos (The Walt Disney Company/Getty Images)

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