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Wonka: Timothée Chalamet surpreende em versão mais doce da 'Fantástica Fábrica de Chocolate'

Filme é um desfecho ideal para crianças e adultos e foge da sombra das outras duas adaptações já feitas para o cinema

Veja o que esperar da nova versão de Willy Wonka (Warner/ Wonka/Divulgação)

Veja o que esperar da nova versão de Willy Wonka (Warner/ Wonka/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 19h58.

Última atualização em 14 de dezembro de 2023 às 10h52.

Quando ouvi dizer que um novo filme sobre a "Fantástica Fábrica de Chocolates" seria lançado em 2023 e o protagonista seria Timothée Chalamet, bem reconhecido por interpretar personagens mais soturnos, confesso que fiquei apreensiva. No imaginário popular, Willy Wonka tem toda a postura expressiva e espalhafatosa feita por Gene Wilder e Johnny Depp. É uma personalidade coberta por emoção, uma loucura peculiar e específica que, à primeira vista, nada tem a ver em Chalamet.

O primeiro trailer divulgado para essa nova versão também não ajudou. Então, acredito que seja compreensível a minha surpresa quando, ao final do longa, encarei os créditos com os olhos marejados por uma gostosa sensação de ter assistido a talvez um dos melhores filmes musicais do ano.

Parte do sucesso já começa pela escolha do casting, composto, além de Chalamet, por Olivia Colman, Hugh Grant, Keegan-Michael Key, Rowan Atkinson, Sally Hawkins, Matt Lucas, Mathew Baynton, Calah Lane e Jim Carter, sob direção de Paul King e produção de David Heyman ("Harry Potter" e "Gravidade"). E não à toa a produção nova recebe o nome de "Wonka": o enredo, diferente das demais produções já feitas sobre o personagem, não foca na já existente fábrica de chocolates, mas na pessoa por trás da construção dela durante o começo da vida adulta.

O filme tem menos de duas horas e é um musical com músicas originais e baseadas nas adaptações antigas. Mas será que vale a pena ver no cinema? Pela EXAME Pop, assisti ao filme com antecedência e trago para vocês minha análise crítica sobre "Wonka". Confira:

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"Venha comigo e você verá"

A nova versão de Willy Wonka é divertida e leve, sem perder o caráter emocionante tão necessário à história — tanto do ponto de vista da comoção quanto do aspecto encantador. Mais parecida com a versão original de 1971, a produção corre na direção oposta ao trabalho de Tim Burton, em 2005. Não demora muito para que a direção de Paul King consiga inserir o público na mágica beleza e ingenuidade do personagem de Chalamet que, por sua vez, surpreende por apresentar um personagem tão carismático.

A versão mais jovem de Willy Wonka me lembrou muito o que poderia se tornar, em vida adulta, o clássico interpretado por Gene Wilder. Mas a beleza de Chalamet no personagem, que chamou minha atenção, é justamente a inocência: é bonito ver na tela a clássica história de um jovem visionário que se recusa a desistir do sonho e abraça o próprio destino. Em conjunto, tudo isso é embalado por canções que, diga-se de passagem, são muito bem interpretadas pelo ator nova iorquino e estão longe de ser maçantes.

Distante de um personagem maluco por si só, a direção de King entrega ao público um personagem mais cativante, e seus anseios, desejos e motivações contagiam. Os maneirismos criados por Chalamet para "Wonka" ficam visíveis no rosto do ator, que também faz um bom uso da linguagem corporal para exprimir quanto espaço um "mágico dos chocolates" consegue ocupar.

"Um mundo de pura imaginação"

Existe um ponto igualmente positivo e negativo na ambientação que chamou minha atenção. O "mundo de pura imaginação" construído por Paul King é composto, muitas vezes, por computação gráfica (CGI). Só que nem sempre ela consegue ser tão realista; é um problema dos filmes da atualidade, que quando usado em demasia, acaba quebrando um pouco da imersão na história. Na mesma medida, porém, há muitos cenários construídos especialmente para o filme, que conseguem transportar o público novamente para o ambiente do filme. Os números musicais, que acompanham todo o enredo, também facilitam essa reimersão na trama.

Todo o recorte de cenas e enquadramento permite que o público explore bem o que é mostrado na tela, e os números de dança surpreendem pela riqueza de detalhes. Vale dizer que a escolha de da paleta de cores, dos figurino e do cenário pode tornar o longa mais infantil, mas isso está longe do incômodo: é a base perfeita para misturar o absurdo e o inexplicável com um humor que torna todo o processo mais divertido.

"Se é o que você realmente deseja"

Vale um destaque especial para o elenco além do protagonista. Olivia Colman entrega uma espetacular coadjuvante, que ganha mais destaque na trama por toda a experiência que a atriz carrega como bagagem, e Hugh Grant aparece hilário como um Umpa Loompa que se leva a sério demais. Compondo a estratégia do humor no longa, Keegan-Michael Key tem um ótimo papel como chefe de polícia. Calah Lane, que divide o maior tempo de tela depois de Chalamet, também impressiona nas contracenas.

Por fim, o que mais emociona na nova adaptação de "Wonka" é ver que há muitas maneiras de explorar uma mesma história e trazer, em conjunto, uma boa camada de autenticidade. O filme de Paul King é tão único quanto as versões de Mel Stuart e Tim Burton, mas traz uma imensa bagagem de referência de seus antecessores e os homenageia em grande estilo.

Quanto à mensagem, ficou a sensação para mim que, devagarzinho, o roteiro vai mostrando como nenhum sonho precisa ser vivido sozinho e isso vale tanto para os personagens quanto para o próprio público.

Quando estreia 'Wonka' no cinema?

No Brasil, o filme será lançado nesta quinta-feira, 7, nos cinemas brasileiros.

Quem está no elenco de 'Wonka'?

O elenco de "Wonka" é composto Timothée Chalamet, Olivia Colman, Hugh Grant, Keegan-Michael Key, Rowan Atkinson, Sally Hawkins, Matt Lucas, Mathew Baynton, Calah Lane e Jim Carter, sob direçãao de Paul King e produção de David Heyman.

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