Ruth Moreira Dias, mãe da cantora Marília Mendonça chora ao lado do caixão de suas filhas durante velório da cantora na Arena Goiânia (Mateus Bonomi//Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 6 de novembro de 2021 às 14h36.
Última atualização em 7 de novembro de 2021 às 08h36.
O velório do corpo de Marília Mendonça, que morreu na queda de um avião de pequeno porte que a levava para um show em Caratinga, Minas Gerais, começou na tarde deste sábado em um ginásio de esportes em Goiânia. Com expectativa de que cerca de 100 mil pessoas compareçam ao local para se despedir do maior fenômeno musical da atualidade. Marília será enterrada no cemitério Parque Memorial, também na capital goiana.
Além da grande quantidade de fãs, artistas já passaram pelo local para se despedir da cantora. Foram visto no localMaiara & Maraisa, Henrique & Juliano, Jorge (dupla Jorge & Matheus), Mateus (dupla Mateus e Kauan). O público também já começou a adentrar no local.
Marília Mendonça viajava em um avião de pequeno porte, modelo Beech Aircraft. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião estava em situação regular e tinha autorização para circulação de táxi aéreo. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) está apurando as circunstâncias do acidente. Na noite de ontem, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que o avião atingiu um cabo da rede elétrica.
Desde às 22h, as primeiras movimentações começaram a ocorrer diante do local onde a cantora que arrastou multidões será velada. Mulheres de diferentes idades foram as primeiras a chegar e montar vigília diante do estádio, embaladas por canções que tocavam em seus celulares. Acompanhada da filha e do irmão, Laene Rodrigues, de 32 anos, dirigiu por mais de 100 quilômetros para ir de Morrinhos a Goiânia na noite de sexta para aguardar o velório da ídola.
Fã da cantora desde o início da carreira, a vendedora se emociona ao contar que as canções de Marília embalaram momentos variados de sua vida e afirma que se sentiu representada quando a cantora apareceu no cenário musical inclusive por sua aparência:
— Quando vi Marília, me senti representada. Ela representava as gordinhas, que sempre sofreram preconceito — lembrou, se lamentando em seguida por não ter conseguido ir a uma apresentação da cantora: — Nunca fui em um show dela. Nunca a vi em um show, mas vou vê-la em um caixão.
Um ponto que une diversas admiradoras é a identificação com as letras de Marília e um elogio pela sinceridade da artista. Nas palavras delas, uma pessoa do "povão", sempre disposta a atender com carinho os fãs:
— Acho que o principal é a verdade que ela passa nas músicas dela — diz a empresária Letícia Prado, de 41 anos, explicando a origem da sua admiração.
Com um cobertor para passar a noite diante do local do velório, Jessica Oliveira, de 30 anos, destava que Marília cantava o que outros artistas não têm "coragem" de dizer:
— Ela fala por muitas, o que muitas não tem coragem de falar — afirma, citando o sucesso "Infiel", música que incluiu Marília nas paradas de sucesso: — Muitas mulheres que estavam passando pelo fim de um relacionamento (se identificam). Quando passei por uma crise em meu casamento quase me acabei de chorar e beber ouvindo Marília Mendonça.
A prefeitura de Goiânia criou um esquema especial de trânsito para que a multidão possa se despedir da cantora.