NewJeans: conflitos com a agência ADOR levaram a saída de Danielle (Reprodução/Instagram/Instagram)
Redação Exame
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 16h33.
A saída da cantora Danielle Marsh, de 20 anos, do NewJeans foi confirmada nessa segunda-feira, 29, após meses de disputas entre a artista e a agência ADOR, responsável pela carreira do grupo desde a estreia.
Em comunicado oficial, a empresa informou que decidiu encerrar o contrato de exclusividade com Danielle por considerar inviável a continuidade do vínculo, após tentativas de diálogo com a cantora e seus representantes legais.
A crise teve início em 2024 e ganhou força ao longo de 2025, em meio a conflitos internos envolvendo a ADOR e sua controladora, a HYBE. Um dos pontos centrais foi a saída de Min Hee-jin, então CEO e principal mentora criativa do NewJeans. As integrantes demonstraram publicamente insatisfação com a mudança de comando e chegaram a pedir a reintegração da executiva, alegando quebra de confiança e prejuízos ao projeto artístico do grupo.
Em novembro de 2024, as integrantes assinaram uma Certificação de Conteúdo, instrumento legal que exige correções contratuais em duas semanas, sob pena de rescisão. Mas, o governo da Coreia do Sul concluiu que "idols", como são chamados os artistas de K-pop, não são empregados formais, o que os exclui da proteção da legislação trabalhista.
Com isso, em fevereiro de 2025, o grupo solicitou o registro da marca NJZ, para se desvincular do nome NewJeans e seguir com atividades independentes. Porém, em março, a Justiça sul-coreana concedeu uma liminar favorável à ADOR, proibindo esse tipo de movimento. Desrespeitando a decisão, o grupo fez uma apresentação no ComplexCon Hong Kong.
Em outubro desse ano, o governo sul-coreano decidiu que os contratos assinados pelas integrantes valiam até 2029 e que cada infração custaria de 1 bilhão de wons coreanos - cerca de R$ 3,8 milhões de reais.
Durante o impasse, as integrantes relataram episódios de assédio e vazamento de informações privadas, o que elevou a tensão entre as partes. Mesmo assim, a ADOR afirmou que, no caso específico de Danielle, houve descumprimento de obrigações contratuais. "Seria difícil continuarmos com Danielle como integrante do NewJeans e artista da ADOR, e hoje a notificamos sobre o término de seu contrato de exclusividade.", declarou os representantes do grupo.
A empresa também informou que estuda medidas legais contra um membro da família de Danielle e a ex-CEO Min Hee Jin por, segundo eles, terem grande responsabilidade nessa disputa judicial, pela saída da cantora e atraso no retorno do NewJeans.
A ADOR ainda revelou que segue em negociações com as demais integrantes para definir o futuro do NewJeans. O grupo ficou afastado das atividades desde março de 2025, enquanto a crise era resolvida.
A saída da cantora australiana-sul-coreana marca um momento delicado na trajetória do grupo, que se tornou um dos nomes mais populares do K-pop nos últimos anos. Ainda não há informações oficiais sobre os próximos passos da cantora.