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'Beeatlejuice 2': Tim Burton saúda clássico do cinema e entrega sequência divertida; veja entrevista

Elenco de 'Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beeatlejuice Beeatlejuice' destaca os bastidores do filme, que retorna 35 anos após o lançamento do primeiro clássico

Beetlejuice Beetlejuice: veja o que esperar do filme (Beetlejuice Beetlejuice/ Warner Bros/Divulgação)

Beetlejuice Beetlejuice: veja o que esperar do filme (Beetlejuice Beetlejuice/ Warner Bros/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 06h25.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 16h57.

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É curioso pensar como os clássicos do cinema nascem e se consolidam. Em 1988, Tim Burton reunia uma adolescente Winona Ryder e um recém-descoberto Michael Keaton para o estranho — mas fascinante — "Beetlejuice" que, assim que foi lançado, quebrou os paradigmas da indústria cinematográfica. Agora, 35 anos mais tarde, a história continua com um elenco mais maduro, mas igualmente promissor e renovado. E as proporções do alcance e do peso da estreia mudam.

Nesta quinta-feira, 5, "Beetlejuice Beetlejuice" (no título brasileiro: "Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice") chega aos cinemas de todo o mundo com boa parte dos atores que compuseram o elenco em 1988 e algumas novas adições: retornam Michael Keaton ("Birdman"), Winona Ryder ("Stranger Things") e Catherine O'Hara ("Esqueceram de Mim"), entram Monica Bellucci ("Matrix"), Willem Dafoe ("Pobres Criaturas") e Jenna Ortega ("Wandinha") — a nova cara do terror 'divertido' de Hollywood. Tudo isso em um filme original que reconhece e reconstrói suas origens, sem perder o espaço para os temas atuais que o circundam. 

Mas o peso do lançamento é bem diferente da estreia de 35 anos atrás. "Beetlejuice" se tornou clássico, conquistou uma legião de fãs, faturou milhões em musicais da Broadway. Fazer uma sequência, já bem disse Tim Burton, era um passo arriscado na história de um filme tão bem consolidado na cultura pop — e com um Oscar de Melhor Maquiagem no currículo.

O caminho que o diretor encontrou para produzir um filme igualmente relevante e divertido para além da homenagem, foi desapegar da nostalgia e mergulhar no core da obra que criou. "Não olho para esse filme com nostalgia, acho que essa é uma palavra estranha", revelou Tim Burton em uma entrevista coletiva da qual a EXAME fez parte. "Eu olhei para isso como se fosse um personagem que eu gosto em um mundo que eu ainda amo e nunca me deixou. A ideia, 35 anos depois, foi criar uma família estranha e unida por algo em comum, e isso me pareceu certo para esse momento", completou ele.

Elenco de "Beetlejuice Beetlejuice" se reúne para coletiva de imprensa na Cidade do México (Beetlejuice Beetlejuice/ Warner Bros/Divulgação)

O novo dança em harmonia com o antigo em 'Beetlejuice Beetlejuice'

Na recente onda de nostalgias, era de se esperar que "Beetlejuice Beetlejuice" honrasse suas origens, mas havia um certo receio de que o novo filme se desbalanceasse entre as homenagens e um roteiro atual e inovador. A boa notícia é que Burton conseguiu equilibrar bem os pratinhos: ao mesmo tempo em que o longa se reverencia e não abre mão de sua icônica identidade visual, há um espaço bastante generoso para que a nova história — e os novos membros do elenco — o preencha.

O segundo filme da franquia se passa também 35 anos depois dos eventos do primeiro longa. Lydia Deetz (Winona Ryder) agora é mãe de uma adolescente, Astrid (Jenna Ortega) que não acredita em seus poderes de ver fantasmas. Após a morte de Charlie, as três gerações dos Deetz se reúnem mais uma vez na casa de Winter River e embarcam em uma aventura que muda os rumos da família. E isso envolve, é claro, um certo fantasma que aparece quando seu nome é dito três vezes.

Ponto alto do longa, Michael Keaton retoma o papel mais de três décadas depois e performa como se não tivesse se passado nenhum dia desde o fim icônico personagem dos anos 1980. Mas para o ator, entrar na pele do fantasma não foi lá tão confortável assim. "Foi bem mais difícil do que antecipei, estava mais nervoso dessa vez, porque queria fazer tudo muito bem e isso em específico, perfeito", comentou o Keaton durante a coletiva. "Mas devo dizer que a nostalgia é uma coisa engraçada. Não conseguia entender, sendo franco, mas com esse retorno, foi algo que me atingiu com força".

A brilhante atuação de Keaton, que manteve a mesma qualidade, combina e muito com a nova interpretação que Winona Ryder dá a Lydia. Ainda com uma personalidade reconhecida e nostálgica em seu figurino , a atriz retoma o papel mais madura. E dança em perfeita harmonia com Jenna Ortega, que encara bem o desafio de interpretar Astrid de maneira original, sem se ater aos trejeitos de seu papel como Wandinha Addams.

"Foi legal fazer parte desse filme porque acho que Astrid foi escrita de forma linda, e é realmente muito fácil ver de onde ela vem. Consegui entrar fácil na personagem e aí o desafio era criar um vínculo com Winona o máximo que eu pudesse", revelou a atriz. "Tudo meio que se encaixou tão rápido. Assim que eu e Winona começamos a conversar, simplesmente não nos movemos. Falamos por horas, não olhávamos o telefone, sequer levantávamos para ir ao banheiro. Às vezes eu ia para a casa dela ou ela vinha para a minha. A química foi instantânea e isso tornou tudo mais natural".

Muito em aberto, pouco resolvido

Apesar da química entre as duas e de um elenco muito harmonioso entre si, o roteiro de Burton deixa um pouco a desejar no novo filme. Com tantos elementos postos em jogo e tantas oportunidades com novos personagens, falta ali uma amálgama capaz de unir todas as aberturas que o cineasta abre na história — e não consegue, sempre, concluir.

Mas nessa mistura do elenco antigo com o novo, o título em português faz valer o que o longa entrega: os fantasmas ainda se divertem, mesmo. O novo longa é tão engraçado quanto o primeiro, arranca risadas dentro uma iconografia única e original, deliciosamente saudosista, ao som da brilhante trilha sonora de Danny Elfman. E segue estranho, claro, como precisa ser.

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